MIT Portugal tem 12 anos. Programa de colocação de estudantes portugueses de ciência e tecnologia na prestigiada universidade americana já deu essa oportunidade a mais de mil alunos. Falámos com três.
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É uma experiência "inesquecível" e que, sendo possível, é a repetir. É desta forma que os alunos entrevistados pela TSF descrevem a passagem pelo Massachussets Institute of Technology (MIT), uma das mais prestigiadas universidades americanas de engenharia.
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Lígia Conceição, António Campos e José Rodrigues estão em Boston ao abrigo do MIT Portugal, o programa de colocação de estudantes portugueses na instituição, e descrevem um processo de candidatura "simples" e oleado.
Lígia, de 26 anos, veio da Faculdade de Engenharia do Porto (FEUP) e planeou o percurso universitário tendo em vista a vinda para os Estados Unidos da América: "desde o início organizei a minha investigação no sentido de vir para cá e falei com um professor de cá para ver o interesse deles na nossa investigação e depois disso combinar vir para cá para trabalhar com eles", revela.
A investigadora considera que a adaptação à vida social implica, claro, um grau de esforço: "as pessoas são diferentes, pensam de maneira diferente, falam de maneira diferente", sublinha, concluindo que "temos de nos adaptar", mas realçando que "o facto de termos contacto com outra realidade faz-nos melhores pessoas e melhores investigadores".
Tendo isso presente, no seu caso "a adaptação foi muito fácil e rápida", porque "Boston é uma cidade fantástica e o MIT tem condições de investigação e de estrutura muito boas, muito completas que nos fazem fazer o "shift" de Portugal para os Estados Unidos muito rapidamente".
António Campos, 27 anos, doutorando na área de "previsão das formas de evolução da tecnologia", fala num "primeiro mês de deslumbre", porque "o ambiente é incrível, conhecemos muitas pessoas que trabalham em variadíssimas áreas muito incríveis. Todos os dias temos oportunidade de assistir a conferências de pessoas que de outra forma não poderíamos conhecer", destaca. Quanto à adaptação à cidade e à vida social, descreve Boston como "uma cidade meio europeia meio americana, por isso a minha experiência é de uma adaptação muito fácil".
José Rodrigues, 30 anos, investigador na área da engenharia mecânica, e em particular no que diz respeito aos "smart materials" para fazer combustão de gás, considera que "é um privilégio estar aqui" e que a estadia no MIT serve como "um abrir de olhos para um trabalho diferente do que fazemos em Portugal. Em Portugal temos uma visão muito teórica do nosso trabalho", lamenta.
José vai ficar até setembro porque "o MIT só nos permite estar aqui um ano. Mas adorava voltar". "quem sabe?", questiona entre risos.