Por enquanto, esta decisão só atinge a escala de Faro
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Os trabalhadores da Portway, em Faro, começaram a receber cartas, no início do mês, que os dispensavam de comparecerem ao trabalho sempre que não houvesse tarefas para realizar, até 31 de dezembro. Deixando assim de receber subsídio de alimentação e transporte.
A empresa alegava que, de acordo com a situação pandémica, esta era uma forma de não concentrar trabalhadores. Agora, a Portway começou a chamar os funcionários para lhes propor rescisões por mútuo acordo. Mas, como diz José Sousa, secretário-geral do SITAVA, avançam mais do que isso.
"Sabemos que a empresa está também a utilizar alguns subterfúgios de linguagem, ameaçando que ou aceitam isto ou poderá ocorrer um processo de despedimento coletivo. Aqui é a ética da empresa que nem sempre é a mais correta mas, quanto a isso, temos alertado os trabalhadores para não se deixaram amedrontar porque em nenhuma situação, pelo menos até agora, há a obrigatoriedade de aceitação da rescisão de contrato", explicou à TSF José Sousa.
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Por enquanto, esta decisão só atinge a escala de Faro, que tem mais de 200 pessoas na Portway, mas o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos acredita que Faro pode ser um balão de ensaio.
"Há zonas, como é o caso de Faro, no Algarve, em que existe maior pressão na medida em que a operação aérea está totalmente paralisada. Daí as empresas estarem inicialmente a atacar Faro. E, com esta diminuição da força de trabalho, têm de ver se é suficiente ou se vão estender a ação para outras zonas do país", afirmou o secretário-geral do SITAVA.
José Sousa considera que esta não é uma atividade qualquer que possa fechar mediante o sabor dos tempos.
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"São tarefas especializadas, muitas delas sujeitas a certificação. Se as empresas não mantêm essa força de trabalho, dificilmente poderão retomar quando houver de novo tráfego", acrescentou José Sousa.
Um setor que está a sofrer com a pandemia e a deixar muitos trabalhadores da aviação em situação precária.