Segundo um estudo do Fórum de Ética da Católica Porto Business School, o fator mais relevante para escolher remotamente é a poupança de tempo em deslocações.
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O estudo "Ética e Trabalho Híbrido: no Rescaldo da Pandemia" revela que a maioria dos trabalhadores, se pudesse escolher, optava pelo modelo de trabalho híbrido. A conclusão faz parte de um estudo realizado pelo Fórum de Ética da Católica Porto Business School. Foram realizados 1200 questionários.
Helena Gonçalves, coordenadora do estudo, explica que, podendo escolher, o modelo híbrido é o preferido. "O fator mais relevante é a poupança de tempo em deslocações, maior concentração e tempo para a família. Para os que preferem o trabalho presencial, destacam o gosto de trabalhar em equipa, a possibilidade de adquirir mais conhecimento através de partilha informal entre colaboradores e o gosto de socializar. No futuro, o desenho do modelo de trabalho tem que ser pensado entre quem lidera e quem é liderado, porque as preferências são diferentes."
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Podendo escolher o local de trabalho (presencial, remoto ou híbrido), em média, o fator mais relevante para escolher trabalhar remotamente é a poupança de tempo em deslocações (60%), seguido da maior tranquilidade e concentração (47%) e do tempo para o próprio e família (45%). Para o trabalho presencial destacam-se o gosto de trabalhar com colegas e em equipa (40%), a possibilidade de adquirir mais conhecimento (30%), seguindo-se o gosto de socializar (15%).
Quanto ao nível de satisfação com o atual modelo de trabalho é de 65%. No entanto, se analisarmos os níveis de satisfação médio por modelo de trabalho, verifica-se maior satisfação com o trabalho híbrido (81%) e menor nível de satisfação com o modelo de trabalho presencial (50%).
O estudo anual sobre a ética e trabalho híbrido avaliou também o impacto do modelo de trabalho na saúde mental e bem-estar. O maior impacto positivo do atual modelo de trabalho na saúde e bem-estar dos 1226 respondentes ocorreu nas dimensões mental (37%) e física (34%), seguindo-se, de perto, a dimensão financeira (29%), e com menor intensidade a dimensão social (20%). Por outro lado, a dimensão social foi a condição mais reportada pelo seu impacto negativo, com 22% dos respondentes, seguida pela condição financeira, com 20%.
De salientar que nas dimensões financeira, mental e física a perceção de melhorias foi muito mais significativa (com variações de cerca de 50 p.p.) nos trabalhadores que afirmam estar atualmente no modelo de trabalho híbrido. De facto, 72% dos que consideram ter tido melhorias a nível financeiro estão em trabalho híbrido e apenas 18% em presencial; 70% dos que consideram melhorias na dimensão mental estão em trabalho híbrido comparando com 20% em presencial; 70% que consideram melhorias físicas estão igualmente em modelo híbrido e apenas 21% em presencial. Na dimensão social, as variações na perceção de melhorias entre modelos, 54% versus 38%, não são tão significativas (16 p.p.).
Helena Gonçalves, coordenadora do Fórum de Ética da Católica Porto Business School, diz que no futuro é preciso repensar o modelo de organização do trabalho, porque as organizações só têm a ganhar quanto maior for o grau de satisfação dos colaboradores.
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O estudo "Ética e Trabalho Híbrido: no Rescaldo da pandemia" é apresentado esta tarde, na Católica Porto Business School.