Possibilidade de trovoadas secas e noites tropicais: Proteção Civil pronta para reforçar meios e deixa apelo
"Evitar qualquer ação que possa dar início a uma ignição, seja o trabalho com maquinaria, como com motores de combustão, sejam fontes de chama abertas, fazer fogueiras, fazer fogo", aconselha a Proteção Civil
Corpo do artigo
Com boa parte do país em risco máximo de incêndio por causa das temperaturas elevadas, a Proteção Civil está a rever o dispositivo no terreno e alerta para possibilidade de trovoadas secas. Em declarações aos jornalistas, Alexandre Penha, adjunto de operações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, revela que estão a ser feitas algumas adaptações aos meios de combate aos fogos, o que pode resultar num reforço de meios antes do início da época alta, a 1 de julho.
"O sistema de Proteção Civil está sempre apto a reagir e a incrementar os meios. Estes períodos que temos são períodos que estão estabelecidos formalmente, mas isso não implica que não haja a capacidade de fazer o reforço dos meios e é isso que temos feito. Fazemos para as situações de meteorologia adversa, fazemos para outras situações aqui, concretamente, para o incêndio rural, fazendo uma análise daquilo que é o risco, foi feita a adequação necessária para o incremento desses meios", explica, avisando que as temperaturas elevadas e a falta de humidade podem provocar trovoadas secas.
"Temos um aumento da temperatura, temos a redução da humidade, portanto, a vegetação não vai recuperar essa humidade, vai secar cada vez mais, combustível mais seco arde muito mais facilmente e, associado à instabilidade atmosférica, podemos ter a possibilidade de trovoadas secas que, no caso de uma queda de um raio, pode dar início a uma ignição de forma natural", alerta.
A Proteção Civil mostra preocupação com o que pode acontecer durante a noite, uma vez que "as noites tropicais, pela ausência da recuperação da humidade nos combustíveis, trazem-nos mais alguma preocupação".
"Não só pela noite em si, mas, depois, se a vegetação não recupera a humidade durante a noite, no dia seguinte vai secar ainda mais", assinala.
Alexandre Penha deixa ainda um pedido à população: "Evitar qualquer ação que possa dar início a uma ignição, seja o trabalho com maquinaria, como com motores de combustão, sejam fontes de chama abertas, fazer fogueiras, fazer fogo."
Também a Direção-Geral da Saúde (DGS) alertou que as situações de calor extremo, como a prevista para os próximos dias, têm riscos para a saúde, recomendando que se beba água, evite bebidas alcoólicas e opte por ambientes frescos ou climatizados.
Num conjunto de recomendações divulgadas na sua página da internet, a DGS lembra os avisos do IPMA, que prevê uma subida de temperaturas a partir desta sexta-feira, com as máximas a poderem ultrapassar os 40 graus nalgumas regiões do país e pede cautela aos cidadãos.
Por causa do tempo quente, 12 distritos de Portugal continental vão estar no fim de semana sob aviso laranja, o segundo mais grave numa escala de três, que é emitido pelo IPMA sempre que existe "situação meteorológica de risco moderado a elevado".
O IPMA prevê uma subida gradual das temperaturas na ordem dos 10 graus Celsius, prevendo-se que no fim de semana, nalgumas regiões do país, as máximas ultrapassem os 40 graus.