Possíveis supressões na Linha do Douro preocupam município de Baião: "Está a fazer-se nas costas dos autarcas e das populações"
Em declarações à TSF, o autarca de Baião confessa temer que os territórios do interior, abrangidos pela linha, sejam esquecidos
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A possível supressão de comboios na Linha do Douro é um cenário que ainda não foi partilhado com os autarcas dos concelhos que poderão vir a ser afetados. O jornal Público conta, na edição desta quarta-feira, que podem ser suprimidos três comboios na Linha do Douro, entre o Marco de Canaveses e a Régua, em ambos os sentidos. Em causa está a escassez de materiais devido à devolução das automotoras alugadas à empresa espanhola Renfe, a par da falta de trabalhadores, o que não permite manter a oferta de comboios da CP.
Em declarações à TSF, Paulo Pereira, presidente do município de Baião, refere que a supressão de comboios na Linha do Douro está a ser feita sem o conhecimento dos autarcas: "Isto está a fazer-se nas costas dos autarcas e das populações, afetando até uma relação que tem sido, ao longo do tempo, de articulação e de respeito." O autarca relaciona a situação com "a possibilidade da eletrificação desta linha", algo que tem sido falado ao "longo dos últimos anos".
Paulo Pereira fala na importância deste percurso que "tem uma procura crescente", que serve tanto a população como os turistas, "sobretudo nesta altura do ano". Receia, por isso, que estes territórios do interior, abrangidos pela linha, sejam esquecidos.
Estamos naturalmente inquietos, porque esta decisão volta a colocar os territórios do interior em segundo plano, em contraste com o que tem sido o discurso oficial em relação à coesão territorial. Penso que é uma afronta à confiança das populações que acreditaram na promessa de solidariedade do interior
O autarca de Baião garante que ainda não foi "formalmente contactado" pela CP, desconhece os prazos desta supressão, mas apela ao bom senso da empresa.
