O diretor de comunicação dos CTT assegura que a preocupação da empresa sempre foi defender os rendimentos dos trabalhadores.
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Os trabalhadores dos CTT estão em greve contra o pagamento do subsídio de alimentação em cartão de refeição, e deixam ainda reparos à administração por "falta de higiene" em tempos de pandemia. Os sindicatos falam numa adesão de 92% em Lisboa, mas a chefia aponta a números inferires: não mais do que 20%.
Miguel Salema Garção, diretor de marca, comunicação e sustentabilidade dos CTT, acredita que a qualidade do serviço não será afetada, uma vez que "todo o correio foi enviado para os centros de distribuição".
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O diretor da marca, em declarações à TSF, contesta a posição dos trabalhadores e afirma que a greve demonstra "pouco sentido de responsabilidade" para com uma empresa que tem tentado evitar a perda de rendimentos dos funcionários. Salema Garção revela que empresa reuniu várias vezes com os sindicatos com o objetivo de encontrar medidas para acautelar o impacto da pandemia no setor.
"A preocupação da empresa foi, em primeiro lugar, defender os rendimentos dos trabalhadores e das suas famílias, daí os CTT nem terem entrado em lay-off", adianta.
Miguel Salema Garção indica que três mil trabalhadores já tinham aderido ao cartão de refeição antes da decisão final da empresa, e que os sindicatos, numa fase inicial, concordaram com a medida. "No início, os sindicatos deram o seu acordo, e, estranhamente, no final das negociações, trouxeram para cima da mesa outro conjunto de sistemas que, obviamente, não podiam ser aceites", revela.
Os CTT justificam o pagamento em cartão do subsídio de refeição, não só pelo benefício nas receitas da empresa, mas também ao nível do IRS dos trabalhadores.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações critica ainda a redução do número de trabalhadores, com os contratos de muitos precários a caducar. Miguel Salema Garção contesta, e refere que a empresa "tem tentado, ao longo dos anos, reforçar e renovar as suas equipas".
Quanto às acusações de falta de higiene, o diretor da marca recorda que os CTT distribuíram máscaras, viseiras e gel desinfetante por todos os trabalhadores.
"Os CTT desde o início tiveram um plano de contingência, que foi implementado na rede de retalho e na rede de operações e distribuição. Desmentimos veemente as alegações dos sindicatos", remata.
A greve vai decorrer até sábado e abrange quatro empresas do grupo CTT: a CTT Expresso, Payshop, CTT Contactos e Correios de Portugal. Em causa está, entre outras reivindicações, o pagamento do subsídio de alimentação em cartão de refeição.
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