Poucos médicos, muitos psiquiatras. Pizarro garante que saúde nas prisões "funciona bem"
Será criado um grupo de trabalho para produzir um relatório com medidas operacionais que possam melhorar a saúde nas prisões.
Corpo do artigo
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, garante que o sistema de saúde nas prisões portuguesas "funciona bem".
Questionado pelos jornalistas sobre o relatório da Organização Mundial de Saúde sobre Saúde nas Prisões na Região Europeia, que indica que existem em Portugal 33,5 profissionais de saúde por cada 1000 reclusos, Manuel Pizarro diz que o Governo está a trabalhar para melhorar o sistema.
"O sistema de saúde nas prisões portuguesas funciona manifestamente bem. É verdade que não tem todos os médicos que deveria ter, mas tem uma dotação profissional muito adequada", considera.
O ministro da saúde destaca que se, por um lado, existem menos médicos generalistas nas prisões do que para a população em geral, no foro da Psiquiatria e da Saúde Mental o número é até superior "do que seria expectável".
TSF\audio\2023\02\noticias\15\manuel_pizarro_prisoes
Com base em dados de 2020, o documento da OMS revela que existem 33 médicos para um total de 49 estabelecimentos prisionais em Portugal - um rácio de 2,9 médicos para cada 1.000 reclusos, enquanto na população em geral esse rácio atinge os 5,3.
Relativamente aos psiquiatras, os dados da OMS sinalizaram 19 especialistas nas prisões portuguesas, o que se traduz num rácio de 1,7 por cada 1.000 presos, bem superior aos 0,1 registados para a população em geral. Quanto ao número de dentistas, este não vai além dos 12 no sistema prisional, sendo o rácio de 1,1 igual entre a população em geral e a prisional.
Em contraponto, o número de enfermeiros afetos ao sistema prisional nacional foi de 318, o que representa um rácio de 27,9 destes profissionais por 1.000 reclusos, muito acima do rácio de 7,1 enfermeiros para a população em geral.
Manuel Pizarro revela ainda que foi esta quarta-feira assinado "um despacho pelo Ministério da Saúde, o Ministério da Justiça e o Ministério do Ensino Superior para que crie um grupo de trabalho para muito rapidamente produzir um relatório sobre medidas operacionais para melhorar a saúde nas prisões".