O Presidente da República diz que, daqui por um ano, se Portugal quiser regressar aos mercados, vai ser necessária estabilidade política e coesão social, um trabalho que deve começar já.
Corpo do artigo
Cavaco Silva é claro. Ou o país chega a 2014 preparado para regressar aos mercados com o chapéu do BCE, ou a situação vai correr mal, com a imposição de mais medidas de austeridade.
O Presidente da República sabe o que é preciso cumprir para esse regresso aos mercados. Antes de mais condições políticas.
«Estabilidade política, capacidade de compromisso de médio prazo entre as forças políticas sobre a sustentabilidade da dívida pública e a realização de reformas estruturais», salienta.
Cavaco Silva realça também a importância das condições económicas, onde sublinha a «estabilidade do sistema financeiro, competitividade e equilíbrio das contas externas, crescimento potencial da nossa economia o que suscita a questão do modelo de crescimento económico».
O Chefe de Estado afirma ainda que devem existir condições sociais, como a «coesão social e o consenso entre o Governo e as organizações sindicais e patronais quanto à realização de reformas estruturais».
O Presidente da República considera que este trabalho deve começar já e salienta também a necessidade de discutir o período pós-troika.
«A reflexão sobre esta questão penso que é de grande importância para o nosso futuro coletivo, independentemente do Governo que estiver em funções em junho de 2014», declarou Aníbal Cavaco Silva.
O chefe de Estado falava na abertura do "Encontro de Economistas - Portugal no período pós-'troika", uma iniciativa promovida pela Presidência da República, no Palácio de Belém.
O debate junta em Belém o governador do Banco de Portugal, e o Director-geral para os assuntos económicos e financeiros da Comissão Europeia, deputados como Miguel Frasquilho, do PSD, ou Fernando Medina, do PS.
No encontro estão também mais de 20 economistas, académicos com posições tão distantes como João César das Neves, José Reis, ou João Ferreira do Amaral.