O objetivo é depositar areia em cada uma das praias, o que levará a um encerramento por cinco dias de cada um dos pontos balneares.
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É uma das zonas mais procuradas durante o verão na Grande Lisboa, mas vai ver o seu acesso limitado para repor os níveis de areia. Prevê-se que as obras nas praias da Costa da Caparica iniciem no final deste mês ou no início de agosto, atrasadas pela falta de visto do Tribunal de Contas, que só agora deu o aval.
Pretende-se que se consiga colocar um milhão de metros cúbicos nos vários areais, a começar pelas praias da Saúde e Nova. Entre 19 e 24 de agosto, a praia do Tarquínio-Paraíso estará interditada. O resto do calendário, que retira cinco dias de banhos a cada uma das praias, ainda não está definido.
A medida de reposição de areias foi aprovada pelo ministro do Ambiente em março, mas, por só avançar em plena época balnear, tem gerado contestação por parte dos donos dos negócios em redor dos areais, que alegam a sazonalidade daquelas atividades.
No entanto, José Ricardo Martins, presidente da Junta de Freguesia da Costa da Caparica (PS), ouvido pelo Diário de Notícias, que avançou com a informação, garantiu que "o bombeamento de areia para terra só pode ser feita com uma ondulação abaixo dos dois metros, e o vento também pode influenciar".
Prevê-se que o processo se prolongue por entre 30 a 45 dias. O investimento tem sido também alvo de discussão, já que a associação ambientalista Zero vê nesta medida uma solução apenas temporária, já que a subida das águas do mar deverá vir a impedir a instalação de pessoas e comércio próximos das praias.
A Associação Apoios de Praia Frente Urbana da Costa da Caparica, representada por Acácio Bernardo, salientou, em declarações à TSF, que as obras "evidentemente vão causar muitos transtornos". "É a altura em que fazemos mais dinheiro. Esta é uma época sazonal, e vai ser muito duro ter de montar e desmontar as coisas - chapéus, espreguiçadeiras... -, até porque pagamos licença para tal. Como é que vamos ser recompensados?", aponta.
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"Eu peço imensa desculpa aos utentes balneares que, durante quatro ou cinco dias, vão ter aquela praia interdita, mas a verdade é que as outras praias estão libertas." O pedido de desculpas vem de José Carlos Pimenta Machado, da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que, ouvido pela TSF, explicou como irão decorrer as obras.
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O Administrador Regional da Administração da Região Hidrográfica do Norte acrescentou que é "muito exigente do ponto de vista dos procedimentos". "Há que fazer concursos, há que fazer candidaturas, há que fazer projetos", num processo que necessita de "condições técnicas várias, como a ondulação marítima, que deve ser muito controlada", esclareceu.
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Para que a intervenção deixe de ser apenas um "projeto", José Carlos Pimenta Machado garante que ainda aguardam o aval do Tribunal de Contas, "a qualquer momento". A proposta foi submetida, de acordo com o representante da APA, no final de junho.
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