"Preocupação" é a palavra de ordem. Empresas criticam medidas de apoio do Governo
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As empresas sentem-se esquecidas, mesmo após o anúncio das medidas de apoio, esta quinta-feira, pelo ministro da Economia e Mar, António Costa e Silva. O presidente da Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP), mostrou-se "bastante preocupado", uma vez que na apresentação do programa "Energia Para Avançar", o Governo não assinalou nenhuma medida de apoio direcionada em concreto às empresas de transportes públicos.
Sem medidas de compensação pelo aumento do preço da energia e combustíveis, Luís Cabaço Martins admite que há "preocupação com a viabilidade das empresas". "Estamos a falar de um setor fundamental para as populações", reforça.
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O presidente da confederação do comércio afirmou, esta quinta-feira, estar muito desiludido com o que ouviu do ministro da Economia e do Mar durante o anúncio das medidas de apoio às empresas, considerando que são "muito pobres ou nulas".
João Vieira Lopes disse, em declarações à TSF, que estranha o facto de o governo referir que anunciou um pacote de apoio às empresas, quando, na sua opinião, apenas apresentou um pacote de apoio à "indústria e agrícola". Pelo contrário, o líder da confederação não entende por que razão praticamente não há medidas para o setor do "comércio e serviços".
"Tudo o que tenha a ver com preços de combustíveis e transporte ferroviário, não se aplica ao transporte de passageiros, que é uma coisa que estranhamos", afirma.
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No caso do presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, lamenta-se o esquecimento dado ao setor. João Palmeiro pede, por isso, ao Governo, que olhe não só para o custo do papel, mas também para os custos associados à distribuição dos jornais.
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"É o setor que faz com que as pessoas saibam aquilo que se está a passar" e, por isso, seria importante ter apoios "para o custo do papel, de impressão e custo de distribuição" para que os jornais cheguem às pessoas.
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Para o setor das obras públicas, o Governo reconheceu que é preciso manter a possibilidade de rever, excecionalmente, os preços, porque, sem isso, dificilmente se poderá concretizar as obras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Em declarações à TSF, o presidente da Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas, assume que é uma boa medida.
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No entanto, Manuel Reis Campos explica que o PRR está também dependente da calendarização das obras e da falta de trabalhadores. "É uma grande preocupação", começa por referir, mas as medidas do Governo são "uma medida de reconhecimento" das dificuldades do setor.
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O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, anunciou um pacote de medidas de mais de 1400 milhões de euros para apoiar as empresas face ao aumento de custos com a energia, incluindo uma linha de crédito.
Em conferência de imprensa esta quinta-feira, em Lisboa, o governante deu conta de várias medidas, desde uma linha de crédito de 600 milhões de euros, o alargamento de apoios a indústrias de consumo intensivo de gás, apoios à formação, medidas de aceleração da eficiência e transição energética, fiscais, entre outras.
