Presidente da CIP acusa Governo de ser um "fator de instabilidade e incerteza"
António Saraiva argumenta que "não é aceitável" a postura do Executivo e lembra que "as reformas têm sido sucessivamente adiadas", atrasando o almejado crescimento económico.
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O Presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, faz um retrato crítico da economia nacional e acusa o Governo da instabilidade, na sua última carta anual enviada aos empresários, antes das eleições internas.
António Saraiva intitulou a sua mensagem "2022 - o ano em que as empresas salvaram o emprego; 2023 - o ano em que o PRR tem de chegar à economia", citada pelo Público, na qual escreve que "não é aceitável, nem razoável" que, num Governo de maioria absoluta, seja "ele próprio, fator de instabilidade e incerteza".
Para o presidente da maior confederação patronal do país, "o crescimento da economia fica aquém do desejado" e as reformas estão por fazer, afirma em declarações à TSF.
"As reformas têm sido sucessivamente adiadas. E repito, quer a reforma fiscal, quer a reforma da justiça, quer a reforma da administração pública, estando por ser feitas, atrasam as condições de melhorias para esse almejado crescimento económico", diz António Saraiva.
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Relativamente à sugestão avançada, na passada quarta-feira, por Marcelo Rebelo de Sousa, de rever a composição dos parceiros sociais na concertação social, o presidente da CIP defende um reforço dos parceiros já representados ao invés de um alargamento da estrutura.
"Não é pelo alargamento das estruturas existentes, é pela reformulação e pela unificação daquilo que existe, para ser, de facto, mais representativo e mais integrante", sublinha.
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Em contrapartida, a líder da CGTP, Isabel Caraminha, disse à TSF que, "neste momento de brutal degradação das condições de vida e de trabalho", mais importante do que discutir quem está na concertação social, é avançar com políticas que defendam os direitos dos trabalhadores.
"Muito mais do que a composição, a questão que se coloca é como é que nós vamos alterar as opções que tem vindo a ser seguidas."
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