Presidente da rede europeia anti-pobreza defende que só dinheiro não é solução
Jardim Moreira lembra que nível de pobreza em Portugal oscila desde o 25 de Abril.
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A taxa de risco de pobreza baixou para 17,2% em 2018, mas ainda há 2,2 milhões de pessoas que estão em risco de pobreza ou exclusão social, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Jardim Moreira, presidente da rede europeia anti-pobreza, lembra que Portugal vive nesta oscilação desde o 25 de Abril. Os números da pobreza acompanham o crescimento económico e o emprego, mas é preciso ir mais longe e combater as causas estruturais da pobreza.
"Enquanto não se alterarem as questões orgânicas nacionais temos sempre uma oscilação. Quando a economia e o emprego melhoram, baixam um ou dois pontos. Se a economia e o desemprego pioram, esses pontos sobem mais um pouco", explica à TSF Jardim Moreira.
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Quanto à promessa do Governo de aumentar o salário mínimo para os 750 euros em 2023, o padre Jardim Moreira defende que é preciso investir também na pessoa e é por isso que são precisas cinco gerações para ultrapassar a situação de pobreza.
"A pobreza não se resolve só com dinheiro porque cria problemas de saúde mental. Se não houver um acompanhamento que ajude a pessoa a sair do bloqueio de saúde mental em que caiu podem dar-lhe o dinheiro todo que ela não sai", afirmou o presidente da rede europeia anti-pobreza.
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Uma tendência que se mantém é o aumento da pobreza entre os que têm trabalho e, aqui sim, o presidente da rede europeia anti-pobreza afirma que é preciso que o emprego seja digno e o salário justo.
"Os encargos familiares aumentam porque a vida encarece. Se pensarmos na habitação, produtos alimentares e transportes, isso tudo aumenta. Com um ordenado baixo ficam na pobreza, não têm condições que correspondam às suas necessidades", acrescentou Jardim Moreira.
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