O líder socialista pretende manter o caso de Tancos fora da campanha, recusa falar de justiça e não comentou a notícia de que Azeredo Lopes deverá ser acusado no caso da recuperação das armas de Tancos.
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António Costa acredita que "o Presidente da República está acima de qualquer suspeita, sobre o que quer que seja". Depois da divulgação de notícias que revelavam que Marcelo Rebelo de Sousa teria sido informado sobre o alegado encobrimento na recuperação das armas furtadas de Tancos, o líder socialista garantiu que "há notícias que não se podem ter em conta nem levar em consideração".
Numa ação de campanha em Moscavide, Costa não quis alargar-se sobre o tema. "Há cinco anos que mantenho sempre a mesma regra, não é agora seguramente que a vou quebrar. Questões da justiça tratam-se na justiça, não se tratam na rua, muito menos na campanha eleitoral".
O secretário-geral do PS recusou ainda comentar a alegada acusação de Azeredo Lopes na recuperação das armas.
De acordo com o Observador, o Ministério Público (MP) vai utilizar, entre outras provas, uma troca de mensagens entre o antigo ministro da Defesa Azeredo Lopes e Tiago Barbosa Ribeiro, deputado e ex-presidente da concelhia do PS Porto, para acusar o ex-governante de ter conhecimento que a Polícia Judiciária Militar (PJM) estava a conduzir uma investigação ilícita para recuperar as armas furtadas em Tancos.
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Marcelo já se tinha defendido
Na terça-feira, o Presidente da República reiterou nunca ter sido informado, por qualquer meio, sobre o alegado encobrimento na recuperação das armas furtadas de Tancos, e sublinhou que "é bom que fique claro" que "não é criminoso".
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"Nem através do Governo, nem através de ninguém no Parlamento, nem através das chefias militares, nem através de quaisquer entidades de investigação criminal, civil ou militar, nem através de elementos da minha equipa, da Casa Civil ou da Casa Militar, nem através de terceiros, não tive", declarou Marcelo Rebelo de Sousa às televisões, à margem da Assembleia-geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.
O chefe de Estado revelou que soube que "a defesa de um dos implicados fez questão de afirmar expressamente que não envolvia o Presidente da República".
"Espero que seja a última vez que falo sobre a matéria, até porque se aguarda a todo o momento a acusação, no caso de ela existir, e o que haja a investigar contra quem quer que seja, sem qualquer limitação, seja investigado", afirmou.