O Presidente da República defendeu hoje que, "independentemente de quem governe", Portugal poderá olhar para o futuro com confiança se forem asseguradas orientações de política económica que permitam a concretização de quatro objetivos.
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O Presidente da República recusou hoje "semear o desânimo e o pessimismo" quanto ao futuro do país, sublinhando que, apesar do longo caminho a percorrer, existem "fundadas razões" para encarar o futuro com mais otimismo.
"Da mesma forma que nunca vendi ilusões ou promessas falsas aos portugueses, digo claramente: não contem comigo para semear o desânimo e o pessimismo quanto ao futuro do nosso país. Deixo isso aos profissionais da descrença e aos profetas do miserabilismo", disse o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, no seu discurso na sessão solene do 10 de Junho, que decorreu em Lamego, Viseu.
Reconhecendo que ainda há "um longo caminho a percorrer", Cavaco Silva considerou existirem hoje "razões fundadas" para se encarar o futuro com "mais otimismo e mais confiança".
Pois, continuou, se os portugueses fizerem o que lhes compete, se a estabilidade política e a governabilidade forem asseguradas e se for definido "num horizonte de médio prazo, uma linha de ação favorável ao crescimento económico, à criação de emprego, à sustentabilidade das finanças públicas e à promoção da justiça social", o Dia de Portugal poderá ser festejado com "confiança no futuro".
Na última intervenção do mandato no 10 de Junho e onde ficou de fora qualquer referência à necessidade de consensos, entendimentos ou compromissos partidários, uma das principais mensagens do Presidente dos últimos anos, Cavaco Silva optou por um tom otimista, recuperando parte das ideias do discurso do Dia de Portugal do ano passado, quando falou em esperança e confiança.
"Alguns têm a tendência para não acreditar no futuro, para duvidar da capacidade e da força do nosso povo. Há mesmo quem faça da crítica inconsequente um modo de vida, um triste modo de vida. Aos que preferem dizer mal de tudo e de todos, aos que optam pela crítica destrutiva sem apresentar soluções ou alternativas, devemos mostrar o exemplo do nosso povo, que ao longo da História sempre conseguiu vencer adversidades e encontrar caminhos de futuro", disse.
Cavaco Silva fez ainda referência aos alertas e apelos que foi deixando ao longo da crise económica e social em que Portugal "mergulhou" em 2011, depois de chegar a uma situação que qualificou na altura como "explosiva".
"Na aplicação do programa de assistência financeira, fomos obrigados a fazer grandes sacrifícios. A dado passo, foi necessário alertar para a existência de limites aos sacrifícios impostos aos Portugueses. Por outro lado, chegou a existir o risco de o País entrar numa espiral recessiva. Felizmente, conseguimos pôr-lhe cobro", recordou, aludindo ainda à necessidade que houve de "dar voz aos que não tinham voz", ou seja, "aos desempregados, aos excluídos, aos reformados e pensionistas".