Carlos Salema explica que o Instituto de Telecomunicações apresentou soluções que não incluem a Altice.
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O presidente do Instituto de Telecomunicações (IT) rejeita as críticas do presidente da Altice ao SIRESP, Alexandre Fonseca, que esta quinta-feira disse que o relatório do grupo de trabalho que analisou a rede de emergência nacional demonstra "profunda ignorância" quanto à construção de uma rede de fibra ótica e "deslocamento da realidade" do país. Na resposta, Carlos Salema diz que o grupo de trabalho tem soluções "muito mais seguras" do que a Altice para o SIRESP.
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No relatório a que o jornal Público teve acesso, o grupo de trabalho do IT que realizou o estudo concluiu que a rede de emergência nacional não é segura nem moderna e recomendou um investimento de 25 milhões de euros, algo que o Governo já disse que vai fazer.
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Esta tarde, no final de uma audição no Parlamento, o presidente do IT Carlos Salema, colocou a hipótese de a Altice estar a reagir por despeito.
"Quem diz essas coisas fica com elas. O problema que eu penso que levou a Altice a dizer o que disse foi que nós propusemos soluções que talvez não usem a Altice. Melhor, propusemos coisas diferentes. Mas a decisão não nos compete a nós, longe de nós. Existem soluções alternativas e nós apontámos soluções alternativas", indicou Carlos Salema.
No que diz respeito em específico às soluções apontadas pelo IT para o SIRESP, Carlos Salema garante que são "muito mais seguras do que as soluções atuais da Altice", em especial em regiões sujeitas a incêndios.
"A solução que a Altice propõe são cabos de fibra ótica ou de cobre suportados em postes de madeira. Podem calcular o que acontece no meio do pinhal...", indicou Carlos Salema.
Questionado pelos jornalistas sobre o SIRESP é um sistema seguro, o presidente do IT repetiu uma resposta que já tinha dado - a de que nenhum sistema é 100% seguro.
"No ano passado, por esta altura, eu disse ao senhor primeiro-ministro: 'o senhor vai poder dormir descansado'. Agora digo exatamente o mesmo. Seguro a 100% não é possível, ninguém pode dizer que não vai haver quebras, é impossível garantir. Que o sistema está muito mais resistente do que estava em 2017, não tenho dúvidas nenhumas", garante.