“Presunção de inocência.” PAN não retira, para já, apoio a Miguel Albuquerque na Madeira
Inês Sousa Real defende que é preciso deixar a Justiça atuar antes de “queimar “ o presidente do Governo regional da Madeira “em praça pública”.
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O PAN não vai retirar, para já, o apoio político ao PSD, na Madeira. A revelação foi feita, esta tarde, na Assembleia da República, pela líder do partido.
Em declarações aos jornalistas, Inês Sousa Real defendeu que deve ser respeitado o princípio da presunção de inocência de Miguel Albuquerque.
“Temos de aguardar com serenidade o decurso desta investigação”, defendeu.
Questionada sobre se o presidente do Governo da Região Autónoma da Madeira tem condições para continuar no cargo, a líder do PAN afirma que, neste momento, “essa avaliação nem sequer é possível ser feita”.
“Não vamos estar a queimar em praça pública a credibilidade das pessoas”, declarou. “Para o PAN, é fundamental que a Justiça se pronuncie e que exista uma maior proximidade (…) da Procuradoria-Geral, do Ministério Público, explicando aos cidadãos o que está em causa nos processos e se existe, ou não, fundamento para alguma acusação”, acrescentou.
A líder do PAN assegura ainda que a direção nacional do partido e a deputada regional na Madeira estão em contacto permanente e que vão continuar a avaliar a situação.
O PAN aliou-se ao PSD, na Madeira, depois das últimas eleições regionais, permitindo a Miguel Albuquerque alcançar maioria parlamentar.
Três pessoas foram detidas, esta quarta-feira, na sequência de mais de uma centena de buscas, por suspeita de crimes de corrupção, participação económica em negócios, entre outros. O presidente do Governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, e o presidente da Câmara Municipal do Funchal, Pedro Calado, estarão entre os suspeitos. De acordo com o Ministério Público, encontram-se sob investigação "várias dezenas de adjudicações em concursos públicos" que envolvem "várias centenas de milhões de euros".