Em Portugal estão listadas mais de 300 espécies exóticas invasoras, como a mimosa, o jacinto-de-água ou a vespa-asiática.
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As espécies invasoras são a quinta ameaça à biodiversidade a nível global. Para aumentar a sensibilização e conhecimento da população sobre este problema, está a decorrer em Portugal a Primeira Semana Nacional sobre Espécies Invasoras. A iniciativa é organizada pela Plataforma Invasoras.pt do Centro de Ecologia Funcional, que reúne investigadores da Universidade de Coimbra e da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra.
Elizabete Marchante, do Centro de Ecologia Funcional, explica que "as espécies invasoras, a partir do momento em que começam a dominar" acabam por ameaçar "a diversidade das outras espécies". No entanto, este é apenas um dos problemas, porque, alerta a investigadora, "quando temos áreas ocupadas por espécies invasoras, isso não afeta só as áreas em termos de conservação da natureza, mas também áreas que queremos utilizar para produção de alguma coisa, como produção florestal ou piscícola".
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Em Portugal estão listadas mais de 300 espécies exóticas invasoras, entre plantas e animais, como é o caso da mimosa, do jacinto-de-água, da vespa-asiática ou do lagostim-vermelho-do-Louisiana. Elizabete Marchante esclarece que, por exemplo, "há muitos problemas com peixes invasores que acabam por ser uma ameaça para os nossos peixes nativos e para os organismos que vivem dentro de água". Na prática, os peixes nativos "acabam por ser comidos" e a presença de invasores leva à "diminuição das condições do ecossistema".
O impacto da presença de espécies invasoras é "um tema que ainda é muito desconhecido para o cidadão comum", considera. Por isso, a responsável espera que "ao reunir tantas entidades, e em todo o país" seja possível chegar à população "que não ouviu falar sobre este tema e que não o reconhece com um problema ambiental".
Até domingo, há mais de 100 iniciativas espalhadas por todo o país. Entre as várias atividades, incluem-se ações de controlo de espécies invasoras no terreno, palestras, workshops e percursos pedestres para mapeamento de espécies invasoras.