Primeiro ferido na guerra da Ucrânia a ser tratado em Portugal chega na terça-feira
O militar que vai ser transportado para Ourém necessita de uma prótese para o joelho devido à explosão de uma bomba na viatura em que seguia.
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O primeiro militar ferido na guerra da Ucrânia chega a Portugal a 21 de fevereiro, na próxima terça-feira. A seguir, entre o final de abril e início de maio, deverão chegar outros quinze.
Este grupo vai ficar instalado no antigo seminário dominicano de Ourém, onde já funcionou a Casa da Criança, e que está a ser recuperado para ser transformado num centro de recuperação para feridos de guerra.
À TSF, Ângelo Neto, da Associação Ukranian Refugees, revela que os militares que vão chegar não correm risco de vida. Todos receberam o primeiro tratamento nas urgências hospitalares da Ucrânia só que agora não há condições no seu país para prosseguir com os tratamentos. Os médicos não têm mãos a medir para tratar, todos os dias, dezenas e dezenas de feridos vindos da frente da batalha. Os que já não estão em perigo ficam para segundo plano.
A vinda para Portugal serve para colmatar a ausência desses tratamentos. Quem chega, diz Ângelo Neto, são militares "sem uma perna, um braço, um olho, sem cirurgias corretivas, entre muitas outras patologias bem como problemas psicológicos".
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O primeiro ferido, por exemplo, necessita de uma prótese para o joelho devido à explosão de uma bomba na viatura em que seguia.
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Estas intervenções são possíveis através do protocolo estabelecido entre o governo ucraniano, a Ukranian Refugee e a CUF. É nesta rede de hospitais (CUF) que os militares feridos vão ser tratados, neste caso na CUF de Santarém.
Todos os feridos podem ser acompanhados por um familiar de modo a facilitar a sua recuperação psicológica e terão, durante a viagem, o apoio de um médico e enfermeiro ucranianos.
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A iniciativa resultou de um protocolo estabelecido entre o governo ucraniano, a associação Ukranian Refugge, a CUF e com o apoio da universidade Lusíada.
Em Ourém, o seminário dominicano que será transformado em centro de recuperação para feridos de guerra foi conseguido através da celebração de um contrato de comodato (forma de empréstimo) por sete anos. Quando a guerra terminar, o edifício será entregue à comunidade de Ourém para ali instalar um centro de apoio às vítimas de violência doméstica e crianças em situação de vulnerabilidade.