O candidato apoiado pelo PCP e pelo Partido Ecologista "Os Verdes" refere que falta assegurar cuidados de a saúde a todos os portugueses, reiterou os constantes desinvestimentos no SNS e criticou os privados que operam no setor da saúde.
Corpo do artigo
No momento crítico para o Serviço Nacional de Saúde, provocado pela pandemia da Covid-19, os grupos privados que estão presentes no setor e que dominam o que João Ferreira chama de "negócio privado da doença", afastam-se do combate difícil.
Quando a situação aperta, como é o caso de agora com a pandemia da Covid-19, os grandes grupos privados da saúde, diz João Ferreira, "põem-se ao fresco".
"Percebemos hoje que o negócio que cresceu à sombra do desinvestimento no SNS, o negócio privado da doença, na hora do aperto, os grupos económicos que fazem esse negócio põem-se ao fresco, desertaram do combate no momento mais difícil, como desertam de tudo o que não lhes assegure perspetivas lucro", sublinha.
TSF\audio\2021\01\noticias\11\11_jan_miguel_midoes_saude_privados_vacina
A saúde não foi tema único, mas marcou o discurso de João Ferreira, numa sessão pública em Santiago do Cacém.
Diz o candidato que a desvalorização da produção nacional faz com que Portugal fique aquém do que poderia fazer, por exemplo, na produção de vacinas. "Algumas das vacinas agora desenvolvidas na Alemanha teve na origem tecnologia desenvolvida por cientistas portugueses, mas era importante que para além dessa tecnologia que lhe esteve na origem pudessem estar as fases subsequentes da produção dessa vacina", refere. Uma situação que demonstra a importância de o país não desaproveitar os seus recursos e as suas potencialidades.
Para João Ferreira é fundamental não depender do exterior para satisfazer as necessidades do país, valorizando a produção nacional. Seja na saúde ou na agricultura, em que uma maior produção, do seu ponto de vista, permitiria diminuir as assimetrias entre litoral e interior.
A palavra que marca os primeiros discursos do candidato João Ferreira é a "Constituição". O candidato apoiado pelo PCP refere que falta cumprir os direitos que estão garantidos na constituição portuguesa: os direitos à saúde, à educação, à cultura e ao trabalho.
Neste último setor, João Ferreira tem "esperança de fazer cumprir o país, onde todos tenham direito ao pleno emprego, ao trabalho e a direitos no trabalho, sem precariedade, ausência de contratos de trabalho, ou à realidade de saltar de um emprego para o outro numa eterna precariedade".
Ainda no SNS, o candidato sublinhou que "não há valorização do SNS, sem valorizar quem nele trabalha: médicos, enfermeiros, técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, entre outros, alertando que "o que é imprescindível cuida-se e valoriza-se", o que, segundo afirma, não é o caso.