Privatização da Efacec? Ministro acredita que novo dono deverá ser conhecido entre março e abril
O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, adianta que uma das condições de avaliação do concurso de privatização da Efacec é manter a empresa como um todo.
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Final de março ou início de abril. É esta a data estimada pelo ministro da Economia para ter um novo dono privado para a Efacec. Numa audição na Comissão Parlamentar, esta quarta-feira, António Costa Silva pede reserva para não revelar o intervalo de valores das propostas dos seis consórcios para a compra da Efacec, mas o Governo adianta que o valor em cima da mesa não é o único elemento avaliado no concurso de privatização.
Uma das condições de avaliação passa por manter a Efacec como um todo. O ministro da Economia é perentório: a empresa não vai ser retalhada.
"Nós temos que vender a Efacec na sua globalidade e a maioria das propostas que recebemos vão nesse sentido, querem a totalidade da empresa e aí estou mais tranquilo e fiquei bastante contente em ver que a maior parte dos consórcios que se apresentaram é essa a base exatamente de licitação que eles têm relativamente à questão da Efacec", afirmou Costa Silva, defendendo que é preciso preservar a empresa no seu todo.
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"Alguns dos compradores, mesmo internacionais, querem salvaguardar a marca Efacec, porque eles sentem melhor do que ninguém que é uma marca que está associada a qualidade em setores da energia e dos transformadores", adianta.
O ministro adianta aos deputados que as propostas apresentadas dão garantias de financiamento e mecanismos de recuperação de capital.
"Não só injetar dinheiro, desde já, na Efacec, e dinheiro significativo para ela manter exatamente a sua capacidade de operação e começar a recuperar. Queria também chamar a atenção que há de algumas propostas questões que são muito importantes em termos da possibilidade que abrem ao Estado de recuperar algum do capital que injetou na empresa e mecanismos de recuperação, evidentemente condicionados, depois, à performance futura da companhia", refere.
Para António Costa Silva, outra das condicionantes do concurso é preservar a sede da empresa em Portugal. Por outro lado, o ministro diz mostrar preocupação com a preservação dos 2000 postos de trabalho, reconhecendo, ao mesmo tempo, que o Estado não é um bom acionista para empresas tecnológicas, como é o caso da Efacec.
"Temos propostas que são interessantes e esperamos o mais rapidamente possível fechar esse processo a bem da Efacec e da capacidade tecnológica da empresa e dos seus trabalhadores", afirma o governante, reforçando a preocupação do Governo e do Ministério da Economia e do Mar com a Efacec.
"A Efacec é uma grande empresa tecnológica nacional. Pensamos que é importante o Estado português fazer um esforço para tentarmos preservar a empresa, para que seja sediada em solo nacional. Vamos ter toda a atenção na negociação da privatização para ver se salvaguardamos todos esses valores", garante.
A Parpública recebeu seis propostas vinculativas de entidades nacionais e estrangeiras à reprivatização da Efacec, seguindo-se, a avaliação das mesmas.
No dia 9 de fevereiro, o ministro da Economia e do Mar afirmou estar convicto de que as injeções que o Estado ainda terá de fazer na Efacec serão "muito limitadas" se a empresa for privatizada dentro de um mês ou dois.
"Acredito que se completarmos o processo dentro de um mês ou dois, as injeções que temos de fazer na empresa, sobretudo ao nível da tesouraria, vão ser muito limitadas", disse António Costa Silva.
O responsável estimou: "Nesta altura cifram-se em cerca de 165 milhões de euros, entre as injeções de capital para a tesouraria e as garantias que foram dadas", os encargos que o Estado já suportou com a Efacec.
O governante assegurou que o executivo está "a trabalhar para assegurar" a "transação" da Efacec, realçando que "o Estado não é um bom acionista" para a empresa.
Em dezembro, a Parpública disse ter recebido manifestações de interesse de oito candidatos, nacionais e internacionais, à reprivatização da Efacec.
O Governo tinha anunciado a 28 de outubro que a venda da Efacec ao grupo DST não foi concluída por não se terem verificado "todas as condições necessárias" à concretização do acordo de alienação.