Problema na Barragem do Monte Novo motiva alerta de cheias. Agricultores "atentos" dizem que "estão habituados"
Presidente da Associação dos Jovens Agricultores do Sul garante que os agricultores estão a tomar precauções normais depois do Serviço de Proteção Civil de Évora ter emitido um alerta para a subida do caudal do Rio Degebe
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O aviso está a ser levado a sério pelos proprietários agrícolas, mas, ainda assim, é relativizado. A chuva dos últimos dias já permitiu que a Barragem do Monte Novo atingisse a cota máxima, mas um problema mecânico nas comportas da infraestrutura levou o Serviço de Proteção Civil de Évora a emitir um alerta para a subida do caudal do Rio Degebe.
No entanto, Diogo Pestana de Vasconcelos, presidente da Associação dos Jovens Agricultores do Sul (AJASUL), garante que não há qualquer preocupação com a integridade da barragem e assegura que "estão a ser tomadas algumas precauções básicas", como "afastar os animais e ter atenção às cercas, esperar que o problema se resolva e que não haja grandes cheias".
"Há um aviso da Proteção Civil e nós temos um pouco mais de atenção. Não estamos preocupados com a integridade da barragem, nem nada que se pareça, mas é melhor prevenir que remediar", avisa.
Nas últimas semanas, não tem parado de chover, o que tem levado a um aumento da água armazenada e que pode levar a algumas cheias. O presidente da AJASUL assegura que os agricultores estão habituados a estas situações. "Nós estamos habituados. Nós, que temos as propriedades a seguir à Barragem do Monte Novo, estamos habituados a cheias, à abertura e fecho da barragem. Mas nada de especial. Esperemos é que não haja uma abertura muito grande que leve tudo à frente. Mas isso, normalmente, é vigiado. Não é uma situação grave. É uma situação que tem de ser monitorizada", assegura Diogo Pestana de Vasconcelos.
Agricultores "satisfeitos com ano agrícola"
Depois de alguns anos em que a água tem escasseado, os agricultores consideram que a maior preocupação sente-se quando o precioso líquido não escorre pelos rios e ribeiros. "Os nossos associados estão obviamente satisfeitos com o ano agrícola que estamos a ter, porque tem chovido muito e precisávamos muito de chuva. As barragens cheias são sempre um bom sinal. Estas vicissitudes, em anos em que chove muito, temos de acautelar. Mas, preocupam-me mais anos em que chove pouco do que anos em que chove muito", remata.
A TSF já contactou a Agência Portuguesa do Ambiente para perceber quando é que o problema vai ser resolvido, mas ainda não obteve qualquer resposta.
