A LibertaGia é presidida por um português, que opera um alegado esquema fraudulento em pirâmide e que está também a ser investigado pela justiça espanhola.
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A Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou esta terça-feira que o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) vai "instaurar um inquérito" relativamente à LibertaGia, empresa presidida por um português, que opera um alegado esquema fraudulento em pirâmide.
"Face à factualidade noticiada, foi determinada a transmissão das notícias publicadas ao DIAP de Lisboa para instauração de inquérito", respondeu a Procuradoria-Geral da República à agência Lusa, sem adiantar mais pormenores
O pedido de esclarecimento surgiu depois de, esta terça-feira de manhã, fonte oficial da Polícia Judiciária (PJ) ter adiantando à Lusa que está a investigar a LibertaGia, cujo presidente, Rui Pires Salvador, está já sob a mira das autoridades espanholas.
Nem a PJ nem a PGR respondeu à Lusa sobre se recebeu queixas de alegados burlados portugueses, a quantidade das mesmas, o número de envolvidos, o valor da eventual burla, colaboração com as autoridades espanholas ou diligências já efetuadas, nomeadamente em território português.
Também a associação de defesa de consumidores Deco adiantou à Lusa ter recebido dezenas de queixas de pessoas que se sentiram lesadas pela empresa, que promete um serviço remunerado a 350% por ano.
A notícia de que a justiça espanhola está a investigar Rui Pires Salvador por burla foi divulgada no fim de semana pelo jornal espanhol El Pais.
Rui Pires Salvador terá alegadamente burlado centenas de milhares de pessoas num esquema piramidal que ascende a mais de mil milhões de euros, adianta a Lusa citando um representante dos lesados.
"Temos dados provisionais que nos indicam que existem entre 1,8 e 3 milhões de pessoas afetadas em todo o Mundo. Só em Espanha serão cerca de 250 mil pessoas", adiantou à Lusa, em Madrid, Antonio José García Cabrera, responsável jurídico do escritório Lemat Advogados, que representa até ao momento 500 pessoas.
Estas pessoas alegam que puseram dinheiro na empresa de Rui Pires Salvador, a LibertaGia, para poderem aceder a um serviço remunerado a 350% por ano.