"Procurou outra estratégia". Câmara de Lisboa desiste de alojar migrantes sem-abrigo no Hospital Militar de Belém
António Leitão Amaro adianta que o executivo camarário liderado por Carlos Moedas "deixou de ter interesse na concretização deste protocolo"
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O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, revelou esta quarta-feira que a Câmara Municipal de Lisboa "procurou outra estratégia" e o antigo Hospital Militar de Belém, afinal, já não vai acolher migrantes em situação de sem-abrigo.
Em causa está o plano do Governo e da Câmara Municipal de Lisboa, que previam o acolhimento de 200 pessoas em situação de sem-abrigo. Este projeto foi, desde logo, contestado pela freguesia da Ajuda, que queria que o espaço fosse usado como um centro que incluísse creche e residência para os mais velhos.
Depois de muita polémica em torno desta decisão, António Leitão Amaro anunciou que o município lisboeta "procurou outra estratégia" e mudou de ideias.
"O protocolo foi previsto no plano de migrações, na sequência de um pedido da Câmara Municipal de Lisboa, o Governo acedeu e encontrou o espaço. O presidente da Câmara de Lisboa ouviu os apelos da população, que entenderam que não queriam localizar aquilo ali", esclareceu António Leitão Amaro na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
O governante acrescentou ainda que foi ponderada "a possibilidade de, no futuro", transformar o hospital "num centro intergeracional". Ainda assim, o executivo camarário liderado por Carlos Moedas entendeu que a infraestrutura deveria seguir uma "estratégia diferente" e preferiu, desta vez, "alojar as pessoas sem-abrigo - imigrantes e não imigrantes - noutros locais". António Leitão Amaro insiste que esta foi uma decisão que o Governo "respeitou".
Ainda assim, e devido às reivindicações da população local, "a Câmara de Lisboa procurou outra estratégia e deixou de ter interesse na concretização deste protocolo".
A TSF já tentou contactar a Câmara Municipal de Lisboa, mas até ao momento ainda não obteve resposta.