Produtores de gado no Alentejo alarmados com suspensão de licenças para furos de água
Medida de suspender licenças para novos furos de água surgiu depois da reunião da Comissão Interministerial da Seca.
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Os produtores de gado no Alentejo estão alarmados com a suspensão de novas licenças para furos de água no Alentejo e Algarve. A medida foi anunciada esta quarta-feira pelo ministro do Ambiente por causa da seca, mas os produtores avisam que vai ser complicado.
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Esta medida de suspender licenças para novos furos de água surgiu depois da reunião da Comissão Interministerial da Seca. Tanto o ministério do Ambiente como o da Agricultura querem maior eficiência no consumo de água, seja nas autarquias, na agricultura, no turismo algarvio ou, em concreto, nos campos de golfe.
O ministro do ambiente sugeriu o aproveitamento de águas residuais para a rega dos campos de golfe. No Algarve há cerca de quatro dezenas de campos de golfe, mas só dois ou três são regados por água tratada da ETAR.
Miguel Franco Sousa, secretário-geral da Federação Portuguesa de Golfe, recorda que já foram tomadas medidas para reduzir o consumo de água.
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"O consumo de água nos campos de golfe no Algarve ronda os 2% do consumo total de água na região, ou seja, acaba por ser um consumo baixo relativamente à utilização total. Um campo de golfe consome cerca de 400 mil metros cúbicos de água por ano, mas é importante referir que hoje consomem menos 30% do que há 15 anos", explicou à TSF Miguel Franco Sousa.
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O turismo no Algarve pretende ser sustentável nesta matéria da água e do consumo que é preciso ter. A Associação de Municípios do Algarve quer fundos europeus para aumentar a eficiência do consumo, mas António Pina, presidente da associação, lembra que para re-aproveitar águas residuais é preciso uma nova rede.
"Se o Governo entende e bem que a questão da seca no Algarve começa a sair do conjuntural para o estrutural, então é preciso fazer um investimento e educar os atores em cada uma das suas dimensões, sejam as águas do Algarve ou os municípios", afirmou António Pina.
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