Professores dão "última oportunidade" ao Governo. Fenprof conta 40 mil pessoas em manifestação
À TSF, Mário Nogueira reitera a indisponibilidade em ir ao encontro das pretensões dos sindicatos quanto aos concursos e à contagem do tempo de serviço.
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Os professores estão este sábado nas ruas de Lisboa e do Porto para mais uma manifestação pela carreira. Na capital, Mário Nogueira lidera o protesto e avisa que os docentes estão a dar a "última oportunidade" ao Governo.
"É evidente que houve alguns avanços, mas as negociações têm deixado muito a desejar e muita coisa por resolver. A negociação suplementar, quando se realiza, é por pedido dos sindicatos, portanto, nós requeremos isso, porque entendemos que é possível dar todas as possibilidades até à última - e esta é a última - para o Ministério da Educação poder dar as respostas que é preciso que sejam dadas. Nós criámos a oportunidade. O Ministério da Educação vai ter de mostrar se quer aproveitar", afirmou à TSF o secretário-geral da Fenprof durante a manifestação.
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Entre as principais reivindicações da classe docente continua a recuperação do tempo de serviço, onde o Governo demonstra uma "total indisponibilidade", e os concursos, com o Executivo a ser "inflexível" nessa questão.
"Sabemos que há problemas gravíssimos que têm de ter uma solução faseada e gradual, mas no próximo dia 9, quinta-feira, o Ministério da Educação tem a oportunidade de conseguir pelo menos criar condições para podermos abordar o ano letivo de forma diferente", admite Mário Nogueira.
O líder da Fenprof não tem número definitivos, mas aponta que estivessem 20 mil professores nas ruas em Lisboa, ainda que "pelo caminho havia inúmeros professores nos passeios que se foram integrando na manifestação". Mais tarde, a organização atualizou o número para 40 mil pessoas.
Para Mário Nogueira, "todos os partidos são bem-vindos" à manifestação, incluindo o grupo parlamentar do PS, e alguns marcaram mesmo presença. Contudo, o sindicalista não esquece: "Ninguém esquece que em 2019, quando esteve em vias de ser contado todo o tempo de serviço, e aí aquilo a que António Costa chamou coligação negativa se uniu para contar o tempo de serviço, o primeiro-ministro ameaçou demitir o Governo e alguns partidos, nomeadamente o PSD e o CDS, voltaram atrás e votaram contra."
Em Lisboa, o protesto partiu do Rossio e tem chegada em frente à Assembleia da República. Nas ruas do Porto, os professores manifestam-se entre a Praça do Marquês e a Avenida dos Aliados.