Numa altura em que as universidades e institutos politécnicos estão a preparar os orçamentos, os docentes temem que os seus contratos não sejam renovados devido aos cortes financeiros.
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O presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior entende que o Governo «não pode simplesmente fazer um corte financeiro baseando-se nos números e esquecendo as suas implicações».
António Vicente considera que esta medida coloca em causa a formação das pessoas: «Será possível cortar metade dos docentes do ensino superior mantendo o número de diplomados e de pessoas formadas que todos os anos têm vindo a concluir as suas formações?».
O representante do ensino superior revela que os mais vulneráveis são os docentes convidados com contratos renovados de ano para ano, mas também a categoria de base de professor auxiliar com um período experimental de cinco anos.
«O que nos assusta é que os docentes podem cumprir com o que lhes foi exigido, podem até fazer mais do que as funções da sua categoria, mas, quando chegam ao final do seu contrato, ele pode não ter continuidade», refere.
Face a este estrangulamento financeiro junta-se a racionalização da rede do ensino superior com a diminuição de licenciaturas: «O que nos preocupa é que esta racionalização sirva apenas para reduzir. Não podemos ser condescendentes com o encerramento de cursos e de instituições para poupar no orçamento do Estado», afirma António Vicente.
Perante este cenário, o presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior questiona a forma como irá o Governo cumprir o contrato de confiança que aponta para a formação de 100 mil novos diplomados.