
Alunos com necessidades educativas especiais
Os professores que trabalham com crianças com necessidades educativas especiais estão preocupados com o início do próximo ano lectivo escolar. Em causa está o facto de a nova lei pôr fim às turmas de pequena dimensão.
Um professor que coordena o ensino especial no agrupamento escolar, em Setúbal, confessou à TSF recear o início do próximo ano lectivo para as crianças com necessidades educativas especiais.
A legislação anterior permitia que, em cada sala, estivessem no máximo duas crianças com necessidades educativas especiais.
No entanto, a partir do próximo ano escolar, esse limite já não vai existir, o que deixa muitas preocupações ao professor ouvido pela TSF.
No entender do professor, a tarefa dos docentes é dificultada, uma vez que não vai haver redução do número de alunos por turma que acolhem as crianças com este tipo de necessidades.
Perante a hipótese de mais alunos com os mesmos meios, este docente receia a redução do número de professores de apoio e equaciona a qualidade da resposta do ensino.
O docente deu como exemplo prático três professoras para um universo de cinco escolas básicas, onde existem pelo menos 80 crianças com necessidades de apoio educativo.
Contactado pela TSF, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, desdramatizou a situação, garantindo que vai continuar a ser reduzido o número de crianças com necessidades educativas especiais na mesma sala de aula.
Por seu turno, Manuel Rodrigues, do Sindicato de Professores da Região Centro, disse que o Ministério da Educação está a preparar uma «aberração» para o início do próximo ano.