Profissionais da GNR "tristes e desiludidos" com palavras de José Luís Carneiro
Associação dos Profissionais da Guarda considera "injusto" o que o Governo está a fazer perante os protestos das forças de segurança e defende que atitudes fazem "desacreditar na classe política deste país”.
Corpo do artigo
A Associação dos Profissionais da Guarda – APG/GNR criticou as palavras deste domingo do ministro da Administração Interna e considerou “injusto” aquilo que o Governo está a fazer às forças de seguranças.
“Estamos muito triste e desiludidos, merecemos mais. Somos homens e mulheres que vestimos diariamente uma farda, que temos obrigações, pagamos impostos, água, renda... Merecíamos outro tipo de atitude”, disse o vice-presidente da Associação dos Profissionais da Guarda – APG/GNR, José Miguel, em declarações à TSF.
José Miguel sublinhou que Portugal é “um dos países mais seguros da Europa” e que as forças da PSP e da GNR dão “o melhor no dia a dia para proteger o cidadão, inclusivamente a classe política”.
“Já dizia Salgueiro Maia que às vezes é preciso desobedecer para chegar a um bom ponto em relação aquilo que são as nossas obrigações”, atirou.
Não merecemos que a classe política nos olhe desta forma.
Por outro lado, o dirigente sindical não compreende o motivo dos processos disciplinares anunciados pelo MAI este domingo, uma vez que as forças de seguranças "só fizeram vigílias e protestos”.
Para José Miguel, não há justificação possível para os agricultores terem conseguido chegar ao Governo e a PSP e a GNR “por mais manifestações” que façam não consigam ver reconhecido os seus protestos, exceto quando há um boicote à segurança no futebol.
“É injusto o que estão a fazer e faz desacreditar na classe política deste país”, concluiu.
Cerca de 300 polícias reuniram-se este domingo em frente ao Ministério da Administração Interna, em Lisboa, em apoio aos responsáveis da PSP e GNR que estiveram reunidos com o ministro esperando que deste encontro saísse "alguma luz".
Depois da reunião, José Luís Carneiro garantiu que está a ser concluída a identificação dos responsáveis pelas agressões em Famalicão e que qualquer questão "de incitamento à insubordinação" deverá ser comunicada ao Ministério Público (MP).
Além disso, o MAI vai avançar com uma participação à IGAI perante as declarações deste sábado do presidente da SINAPOL que pôs em causa a atividade da PSP durante as eleições legislativas.