Em entrevista à TSF, o secretário de Estado da Proteção Civil sublinha que o fundamental é que haja "maior eficácia na gestão dos dinheiros públicos". O presidente da AGIF espera para ver o orçamento de 2025
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Paulo Ribeiro, o secretário de Estado da Proteção Civil, considera o programa Aldeia Segura, Pessoas Seguras fundamental para a prevenção dos incêndios e, em concreto, na defesa das populações, mas não adianta quais os planos do Governo quanto a um eventual reforço de verbas para este projeto.
Na semana passada, em declarações à TSF, o presidente da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF), Tiago Oliveira, pediu ao governo "prioridade política" para este programa e explicou que isso quer dizer mais dinheiro no orçamento do próximo ano.
Agora, numa entrevista à TSF, o secretário de Estado da tutela não dá qualquer garantia disso: "a prioridade não se vê só no reforço de verbas. O orçamento, a seu tempo, será conhecido. O que tem que haver sempre é uma maior eficácia na aplicação dos dinheiro públicos".
"Prevenção é investimento, combate é custo"
Confrontado com esta resposta de Paulo Ribeiro, o presidente da AGIF compreende que, nesta altura, o orçamento ainda está a ser desenhado, mas Tiago Oliveira faz questão de sublinhar a importância da prevenção.
Tiago Oliveira lembra que sempre defendeu que "mais vale prevenir do que remediar" e, em jeito de recado ao governo, afirma que "o investimento na prevenção é um investimento com retorno; a despesa no combate é um custo".
Daí que o homem que lidera a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais insista que é fundamental prevenir, tendo em conta dois eixos: o primeiro é a comunidade; o segundo é a gestão da floresta", aproveitando ao máximo os dinheiros públicos e os fundos comunitários.
Tiago Oliveira espera, assim, para ver o resultado das negociações do orçamento para 2025, destacando que "governar e gerir a política é concertar interesses".
O primeiro agente de Proteção Civil
O programa Aldeia Segura, Pessoas Seguras foi criado depois dos grandes incêndios de 2017. O secretário de Estado da Proteção Civil faz um balanço positivo e revela que já fez "várias deslocações" ao terreno, durante as quais tem ouvido, em conversas com as pessoas, que elas se sentem mais seguras.
"Aprenderam como reagir e a ter regras" durante os fogos, consoante "as indicações dos agentes de proteção civil ", que são "autoridades de segurança, o que lhes dá uma segurança maior", afirma Paulo Ribeiro.
Por isso, o governante considera que este projeto é fundamental: "dá corpo ao que temos dito nesta matéria, que é que o primeiro agente de proteção civil somos nós próprios, os cidadãos e isto incentiva todas as pessoas a serem agentes de proteção civil na sua comunidade".
Paulo Ribeiro destaca a grande adesão das aldeias ao programa, apesar de 2023 ter sido o ano em que houve menos aglomerados a entrar. Foram apenas 12 de um total de 125 candidaturas. A explicação passa pela falta de cumprimento dos requisitos em mais de uma centena das aldeias candidatas.
Ainda assim, o secretário de Estado da Proteção Civil não vê razão para rever os critérios de participação. Paulo Ribeiro defende que esses critérios são "adequados", mas admite que um ou outro aspecto possa ser revisto até ao final deste ano.
O secretário de Estado reafirma também que, no primeiro semestre de 2024, houve 30 novas entradas para o programa Aldeia Segura, Pessoas Seguras, mais do dobro do ano passado.