Na Alemanha, a memória do regime nazi ainda está fresca. Por isso não se fala em eutanásia, mas sim em suicídio medicamente assistido.
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Na memória dos alemães ainda está bem presente o homicídio em massa de cerca de mais de 200 mil pessoas com deficiências físicas e mentais. Na altura, em plena Segunda Guerra Mundial, o regime nazi chamou-lhe eutanásia. Atualmente quem usa a palavra é automaticamente corrigido.
"A expressão 'eutanásia' não é usada na Alemanha porque durante o Terceiro Reich e o regime nazi a eutanásia foi usada para outros propósitos, principalmente para o homicídio em massa de doentes com problemas mentais e deficiências". O esclarecimento é feito por Alexander Jäkel, do departamento internacional da Bundesärztekammer (Associação Médica da Alemanha).
No final do ano passado, e depois de um longo debate, a Alemanha aprovou o suicídio medicamente assistido sem propósitos comerciais. Alexander Jäkel acrescenta que "qualquer forma de negócio fica banida desta lei. Isto é, não pode ser praticado por alguém que tenha interesses comerciais em matar pessoas. Ao contrário do que acontece na Suíça ou na Holanda, na Alemanha, principalmente os médicos, já não têm que cometer suicídio assistido.
"A obrigação do médico é ajudar o doente" por isso, a Associação Médica da Alemanha acredita que esta lei é positiva. Há no entanto várias críticas que apontam a ambiguidade do documento.