Já há escolas a proibirem o uso de telemóveis no recreio, durante os intervalos.
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O PS admite restringir o uso de telemóveis nas escolas, mas pede que se ouçam os professores antes de alterar a lei. À esquerda, a tónica é pelo fim dos telemóveis nos recreios, já o PSD entende que a decisão deve ser de cada uma das escolas.
O tema tem dividido a comunidade educativa, e já há escolas a proibirem o uso de telemóveis no recreio, durante os intervalos, e o assunto chegou esta quarta-feira a debate na Assembleia da República.
A maioria absoluta do PS até admite alterar a lei, generalizando as restrições, mas não já. "Não excluímos a possibilidade de alterar os instrumentos legais e de vir a contemplar limitações ou restrições ao uso das tecnologias, em particular dos telemóveis em contexto escolar. O que não consideramos é que essa opção deva ser o ponto de partida deste processo", acrescentou a deputada socialista Catarina Lobo.
Por outro lado, Sónia Ramos, do PSD, defende que a decisão deve ser apenas dos pais e das escolas, que "não são um pronto-a-vestir, mas um atelier de alta costura". "Não pode ser igual para todos, é de acordo com a circunstância de cada um", defende.
Já o Bloco de Esquerda pede mesmo o fim dos telemóveis, nos intervalos, no primeiro e segundo ciclos. Joana Mortágua, no entanto, garante que essa não é uma medida "proibicionista".
"Não nos move o proibicionismo e também não nos referimos à utilização do telemóvel enquanto instrumento didático dentro da sala de aula. A nossa proposta tem a ver exclusivamente com a utilização dos telemóveis e de outros dispositivos tecnológicos no recreio para as crianças do primeiro e segundo ciclos", resume a deputada.
São medidas para discutir, ao longo do ano letivo, numa altura em que muitas escolas estão já a proibir a utilização de telemóveis. O projeto de lei do Bloco de Esquerda foi rejeitado, com os votos contra do PS e do PSD, assim como a iniciativa do PAN com o mesmo intuito.