A TSF sabe que um dos sócios desta empresa, que tem tido vários projectos financiados por fundos comunitários, é casado com a técnica que analisa e aprova as candidaturas.
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Um projecto de uma empresa com sede em São Pedro do Sul recebeu uma aprovação no âmbito do PRODER por parte de uma técnica que vive na mesma casa onde está a sede desta empresa.
Esta sociedade é uma das que maior número de aprovações obtém da Associação de Desenvolvimento Local do Alto Paiva, que gere parte dos fundos do PRODER.
Um dos sócios da empresa que tem tido vários projectos financiados por fundos comunitários através desta associação é casado com a técnica que analisa e aprova as candidaturas, ao passo que cinco projectos que não foram feitos por esta empresa ficaram de fora.
Os propósitos relativos a estes projectos foram aprovados, mas não orçamentados, pois a associação de Desenvolvimento Local do Alto Paiva recusou-se a cumprir um despacho que o PRODER diz que é de aplicação obrigatória.
Este despacho, assinado pela gestora do PRODER, reconhece a necessidade de acelerar a taxa de execução e de não defraudar as expectativas dos investidores, exige que todos promotores sejam notificados e garante o reforço da dotação orçamental.
Contudo, os promotores destes projectos não foram notificados, tendo dois milhões de euros de fundos comunitários não sido aplicados na região do Alto Paiva.
A TSF pediu esclarecimentos à associação de desenvolvimento do Alto Paiva sobre esta questão sem que tenha obtido resposta.
Por seu lado, o Ministério da Agricultura e Ambiente, que já recebeu algumas queixas sobre esta questão, assegurou que as candidaturas ao PRODER são sujeitas a vários pareceres sucessivos até à decisão final.
Este ministério garantiu ainda que a Inspecção-geral de Agricultura e Pescas tem auditado todas as decisões.