Reitor da Universidade de Lisboa vê a necessidade de alterações como uma oportunidade de tornar o sistema de acesso "melhor, mais aberto e mais justo".
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Portugal vai ter de mexer nas regras de acesso ao ensino superior para poder entrar no novo projeto das Universidades Europeias. Há três universidades portuguesas selecionadas para entrar neste que é o mais recente projeto europeu na área da Educação: Porto, Aveiro e Lisboa.
Foram criados, no âmbito do projeto, grupos de sete universidades de sete estados-membros diferentes e o objetivo é que os alunos possam circular livremente entre estabelecimentos, escolhendo o que querem aprender e onde o querem fazer.
À TSF, o reitor da Universidade de Lisboa António Cruz Serra explica que este é um grande desafio e que implica mesmo uma mudança na forma como é feito o acesso ao ensino superior.
Tal implica alterar aspetos como "os exames nacionais, as notas muito altas - nalguns casos insuportavelmente altas - de entrada em diversos cursos" que levam, ainda assim, à rejeição da entrada de alunos que já têm, só por si, "muitíssimo altas" e que é, por isso e no entendimento do reitor, um ponto que deve gerar preocupação.
"Como consequência disto, as regras de admissão de um aluno que não entre pelo nosso sistema nacional de acesso estão bloqueadas, muitas vezes, por questões jurídicas" que é necessário ultrapassar "de forma obrigatória".
Um dos cenários possíveis é o de que alunos estrangeiros com notas mais baixas que os nacionais, numa mesma área, possam vir fazer parte da formação a Portugal. António Cruz Serra defende estas situações devem ser tratadas "com justiça" e encaradas como uma "oportunidade para termos um sistema melhor, mais aberto e mais justo".