O Centro de Negócios e Serviços Partilhados do Fundão ganhou o Regiostars. É uma espécie de Óscares dos fundos comunitários.
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O Centro de Negócios do Fundão venceu na categoria de apoio a uma tradição industrial inteligente. O prémio é atribuído na semana da cidade e das regiões, que decorre em Bruxelas, ao projeto da União Europeia que melhor aplica os fundos comunitários recebidos.
Este projeto já trouxe ao pequeno concelho do Fundão mais de quinhentos programadores informáticos, num concelho que há dois anos não tinha mais do que três.
O sonho começou do zero. Ou quase. Em 2012, contexto de plena crise. O concelho do Fundão tinha 3 programadores informáticos. Mas o autarca Paulo Fernandes quis olhar mais longe e criar condições nesta vila beirã para receber empresas internacionais de programação informática. Programou bem programado e conseguiu.
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Para trazer centenas de programadores para um concelho de um interior do país, Paulo Fernandes apostou na bandeira da qualidade de vida, o que argumentou com as empresas que já se instalaram na Beira Interior.
Ao Fundão chegaram engenheiros informáticos e famílias, devolveu-se alguma população ao município e fixaram-se outros tantos que podiam ter saído, tendo mudado o ecossistema do Fundão nos últimos 6 anos e a distinção do Centro de Negócios e Serviços Partilhados com Regiostars é o premiar deste trabalho.
O projeto do Centro de de Negócios do Fundão foi apoiado pela CCDRC - A Comissão de Coordenação do Desenvolvimento Regional do Centro, que fez a ponte com a estrutura central europeia. Ana Abrunhosa, a presidente, confessa que a atribuição do Regiostars ao projeto do Fundão é como que a cereja no topo do bolo, valorizando sobretudo a transformação que ocorreu no território.
O centro de Negócios do Fundão, que é o Regiostars 2018, recebeu o apoio de fundos comunitários, através Programa Centro 2020, em cerca de dois milhões de euros. Entre as várias vantagens que trouxe para o Fundão, encontra-se o saldo migratório positivo registado nos últimos anos. É inédito e significa que mais gente chegou a este concelho do interior do que aquela que partiu.
Nos 21 finalistas estavam mais três projetos com assinatura portuguesa. Na mesma categoria que o Centro de Negócios do Fundão estava o maior centro nacional de investigação de saúde pública, o I3S do Porto. Na categoria de melhor acesso a serviços públicos estava ainda a Kastelo, a primeira unidade de cuidados continuados e paliativos pediátricos na Península Ibérica, e ainda o Museu da Vista Alegre, na categoria de melhor investimento na herança cultural.