O diretor da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição diz que para já não há falhas de bens alimentares, mas se a greve se prolongar o cenário pode mudar.
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A curto prazo podem começar a faltar alguns produtos nas prateleiras dos supermercados, sobretudo alimentos processados. Desde dezembro que os trabalhadores dos portos estão em greve, protesto que se prolonga até ao final do mês de janeiro. A greve abrange todos os portos do continente, Madeira e Açores.
Gonçalo Lobo Xavier, diretor geral da APED - Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, diz que para já não há falhas de bens alimentares, mas se a greve se prolongar o cenário pode mudar.
"Não escondemos que isto para a indústria poderá ser problemático se se prolongar. A questão de matéria-prima das rações, de milho, cereais é fundamental para o funcionamento da indústria e da cadeia de valor e, portanto, eu diria que no próximo mês não vamos ter nenhum problema, mas se se prolongar poderemos ter em algumas categorias de produtos alguma pressão adicional, mas no momento não estamos com nenhum problema, nem mesmo nas ligações que temos com Portugal da Madeira dos Açores", confessou à TSF Gonçalo Lobo Xavier.
O diretor geral da APED explica que a indústria precisa de matéria-prima para poder trabalhar e aponta alguns dos produtos que a curto prazo poderão ser os mais afetados.
"Na distribuição temos cadeias de distribuição bastante mais curtas e que não dependem dos produtos que vêm por via marítima, noutras categorias de produto no retalho especializado, se a greve se prolongar poderemos ter alguns alguns problemas, mas de momento não estamos a sentir. A curto, médio prazo, os produtos mais suscetíveis destas falhas são na área dos cereais, alimentos processados, que dependem dos cereais. Estamos a falar de rações, da chamada pet food. Mas neste momento não há falhas".
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A greve nos portos nacionais prolonga-se até ao final do mês, há duas semanas, a Associação Empresarial de Portugal enviou uma carta ao governo, subscrita por mais seis entidades, a alertar para os efeitos que a greve dos funcionários das administrações portuárias está a ter nas empresas.