A Associação de Professores de Português defende que a proposta do Governo para os novos programas do ensino secundário é limitativa e representa «um retrocesso».
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Edviges Ferreira aponta várias críticas, nomeadamente quanto aos limites que o programa impõe à liberdade dos professores.
«Está a limitar o professor de uma forma que é muito pouco abonatória da própria capacidade do professor. Este é um programa que se dava há 20 anos, é um retrocesso completo naquilo que nós estavámos habituados», critica.
A presidente da Associação de Professores de Português dá vários exemplos: «tem que se dar seis cantigas de Amor e põe o nome das cantigas de Amor; tem que se ler Alexandre Herculano e põe o nome da obra; em Gil Vicente só podemos escolher ou "A Farsa de Inês Pereira" ou o "Auto da Alma"; quando chegamos a Eça de Queiroz só podemos escolher "A Ilustre Casa de Ramires" ou "Os Maias"».
Em declarações à TSF, Edviges Ferreira lamenta ainda que a associação não tenha sido escutada no processo que está desde ontem em consulta pública.
Em comunicado, o MEC esclareceu ontem que «com a preocupação de atualizar o currículo do ensino secundário - agora incluído na escolaridade obrigatória -, e tendo em conta alterações introduzidas no ensino básico, foram elaborados novos Programas de Português e de Matemática A, dos 10º, 11º e 12º anos, e de Física e Química A, dos 10º e 11º anos, contribuindo para a coerência de todo o percurso escolar dos alunos».
Todas as propostas de reforma dos currículos de Matemática, Português e Física e Química A do ensino secundário estão disponíveis no site da Direção Geral de Educação.
O período de consulta pública termina no dia 4 de dezembro.