"Proposta estruturada, honesta e íntegra." Sindicato quer aumentos de 6,5% para bancários
Em direto na TSF, Paulo Gonçalves Marques considera "minorante" a proposta de aumentos salariais de 2,5%.
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Os trabalhadores do setor bancário saíram esta quinta-feira à rua para protestarem contra a proposta de aumento salarial de 2,5%. Para o líder do sindicato, o aumento razoável seria de 6,5%.
"Nós achamos que é um pedido muito realista. Fundamentámos a nossa proposta de forma exaustiva. Como eu disse, olhando às condições económico-financeiras das empresas, à sua sustentabilidade a longo prazo e também considerando que infelizmente a atividade bancária em Portugal tem um conjunto de constrangimentos regulatórios que dificultam a sua expansão e a sua rentabilidade. Mesmo nesse contexto, 6,25% é uma proposta estruturada, honesta e íntegra", explicou Paulo Gonçalves Marques, presidente do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), em direto na TSF.
O sindicalista afirma que a proposta de 2,5% é "displicente, pouco ousada e havia claramente condições para ir mais além".
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"Os bancos fizeram uma proposta que nós achamos minorante. No ano de 2023, em que as condições desde finais de 2021 melhoraram de forma acentuada, a inflação disparou, a realidade dos capitais da banca melhorou, o nível de imparidades está bastante baixo. Havia todas as condições para que em 2023 não continuasse o processo de empobrecimento", insistiu Paulo Gonçalves Marques.
À porta do Novo Banco juntaram-se cerca de 60 pessoas contra esta proposta de aumento e muitos usam camisolas pretas com "Aumentos de 2,5%? Não, obrigado!" estampadas. Dado que o banco irá apresentar lucros à volta dos 600 milhões de euros, o presidente do sindicato considera que falta distribuir dividendos.
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"Numa sociedade justa e equitativa, nós queremos que haja crescimento e rentabilidade, mas tem de haver uma distribuição equilibrada entre a sociedade, os trabalhadores e os acionistas. Quando o pêndulo está demasiado inclinado para os acionistas. Estamos a fazer um processo de empobrecimento dos trabalhadores e da classe média portuguesa. É contra isso que nós nos indignamos", atira o sindicalista.
Depois do Novo Banco, onde a manifestação iniciou-se à hora de entrada, os cerca de 60 trabalhadores bancários vão dirigir-se para porta do BPI, à hora do almoço, e para o Santander, à hora de saída, mas o protesto não fica por aqui, já que os manifestantes prometeram ir ao Porto para a porta de outros bancos.