Proposta salarial surpresa? Sindicatos da PSP acusam ministro de "branquear" conversas
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia acusa José Luís Carneiro de não dialogar com os sindicatos.
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O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, disse esta terça-feira que houve representantes sindicais das forças de segurança que ficaram "surpreendidos com o avanço" salarial proposto.
Em declarações à TSF, Paulo Santos, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), fala de outro tipo de surpresa: "Estive numa reunião se calhar errada, porque não foi isso que retirei, a ASPP não retirou isso dessa reunião."
Paulo Santos acusa mesmo José Luís Carneiro de "branquear um pouco aquilo que se passa, quer no terreno, quer também nas conversas que temos com ele a propósito das situações socioprofissionais".
Na reunião que decorreu no Ministério da Administração Interna, em Lisboa, para apresentação da tabela salarial das forças de segurança para os próximos quatro anos, os sindicatos da polícia disseram, inclusive, a José Luís Carneiro que "a forma como foi encontrado o valor, sem qualquer tipo de negociação, sem qualquer tipo de conversa com os sindicatos, não correspondeu em nada aquilo que era expectável".
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"Aquilo que foi anunciado pelo senhor ministro não correspondeu nem sequer uma negociação e pretendeu apenas responder a uma conjuntura do país, que vai ser penosa, e efetivamente não houve aquilo que nós pedimos há cerca de dois meses que foi a abertura de um processo social para discutir as tabelas da PSP."
Os agentes da PSP e os militares da GNR vão ter no próximo ano um aumento no salário base entre os 90,64 e os 107,70 euros, conforme as posições remuneratórias, segundo a tabela que é apresentada aos sindicatos esta segunda-feira.
A este aumento na remuneração base, entre os 10,9% e os 12,7%, acresce ainda uma subida do suplemento por serviço e risco nas forças de segurança entre os 18,13 e os 21,54 euros.
Segundo a proposta da nova tabela remuneratória, os agentes da PSP e guardas da GNR na primeira posição remuneratória vão beneficiar de um aumento de 90,64 euros, passando dos atuais 809,13 euros para 899,77, a que se junta um aumento de 18,13 euros do suplemento de risco, que sobe para 279,95.