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PCP e BE defendem que o Governo deve virar-se para quem tem mais património e bens de luxo, taxando também as mais-valias bolsistas, mas PSD e CDS-PP já disseram que vão votar contra.
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O Esquerda acredita que o Estado pode arrecadar impostos sem sobrecarregar sempre os mesmos. Neste sentido, o PCP avança com novas taxas para a venda de mais-valias, para a banca e para grandes grupos económicos com lucros acima dos 50 milhões de euros. Também avança com outras duas taxas, uma que seria transitória sobre lucros acima dos dois milhões e uma outra sobre bens de luxo acima de um milhão de euros.
No início do debate desta quinta-feira no Parlamento, o comunista Honório Novo desafiou os outros partidos a fazerem de facto com que a factura da crise seja paga pelos «ricos e poderosos» e pelos «grandes grupos económicos e financeiros», falando naqueles que continuam a «não pagar um euro pelos enormes rendimentos que detêm».
Na resposta, Carlos Silva, do PSD, frisou que o momento é de crise, por isso não se pode afastar os investimentos. «O acesso das empresas e famílias ao crédito está dependente da criação de um ambiente business friendly», defendeu.
Pedro Filipe Soares, do BE, lembrou que no ano passado a PT venceu a Vivo sem «pagar qualquer imposto sobre uma venda de milhares de milhões».
A direita diz que «não podemos taxar o capital porque já está demasiado taxado, falta liquidez no mercado e é preciso incentivo à poupança», argumentos que o bloquista considera «caricatos», uma vez que «não há maior ataque à poupança dos portugueses do que o saque que o Governo vai fazer ao 13.º mês».
O PS concorda com algumas da matérias, mas rejeita uma taxação sobre as maias-valias que poderiam fugir para os paraísos fiscais.
«Apoiamos o PCP e o Bloco na sua proposta de subir a taxação das mais-valias de 20 para 21,5», mas «por muito que acompanhemos as preocupações com os paraísos fiscais, as vossas propostas não são sérias, porque só fazem sentido se Portugal existisse isolado no mundo», afirmou o socialista João Galamba, dirigindo-se à esquerda.
A direita já se mostrou contra, pelo que o chumbo na votação de sexta-feira está garantido. Recorde-se que estas propostas já tinham sido recusadas no passado por PS, PSD e CDS-PP.