A Comissão Política do partido aprovou, esta madrugada, por unanimidade, o projeto de programa eleitoral. Alguns dirigentes socialistas não deixaram, no entanto, de apresentar algumas reservas.
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As propostas relativas à Taxa Social Única (TSU) ao contrato único de trabalho foram o alvo das dúvidas colocadas ao secretário-geral do PS durante a reunião da Comissão Política.
No encontro que se prolongou durante três horas, ouviram-se algumas reservas, apesar das explicações dadas. Há muitas vozes que continuam com dúvidas em relação às propostas de descida da TSU para as empresas e para os trabalhadores, mas também sobre as alterações à lei laboral.
As reservas foram transmitidas durante a reunião ao Secretário-geral António Costa e cá fora aos jornalistas. O dirigente da UGT José Abraão, reforçou as preocupações.
"Com o contrato único, a coberto da tentativa de reduzir a precariedade, pode estar a facilitar-se o despedimento. Isto colocaria toda a gente numa maior precariedade", alegou.
José Abraão disse depois esperar que, até à realização da Convenção Nacional do PS, a 06 de junho, "possam entrar propostas no sentido de avaliar melhor esse contrato único laboral, e o mesmo em relação à TSU". "Na TSU não estão claras as formas de financiamento da Segurança Social, o que poderá reduzir a prazo as pensões", advertiu o dirigente sindical da UGT.
Perante as críticas, dúvidas e até eventuais votos contra o programa eleitoral, João Tiago Silveira, coordenador do gabinete de estudos do PS, diz que a oposição, mesmo interna, deve ser encarada com naturalidade.
"Essas [TSU e contrato único de trabalho] são questões desafiantes, das quais pode depender a oportunidade de o PS ter uma política diferente. O PS tem de saber exatamente como as pode concretizar. Mas uma coisa é certa: Já está provado como que podemos ter uma política diferente face à do atual Governo", acrescentou.
A versão final do programa do PS para as eleições legislativas é apresentada a 6 de junho.