Na vizinhança do Douro e do Centro de Alto Rendimento de Remo e Canoagem, a estação do Pocinho é o fim da linha que namora o rio. Muito perto, um pequeno restaurante, apesar da ementa limitada, é boa opção.
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Há precisamente 30 anos que os comboios da extasiante linha do Douro detêm a marcha na estação do Pocinho, após a supressão do troço até Barca de Alva.
Em tempos, essa foi a ligação privilegiada, por comboio, do Porto à Europa. Com um potencial turístico mal aproveitado, a linha férrea, inaugurada há mais de 130 anos, continua a ser uma das mais emotivas e deslumbrantes formas de apreciar uma região que, na escrita sublime de Torga, é «um excesso da natureza».
No Pocinho, o Centro de Alto Rendimento (CAR) de Remo e Canoagem é um símbolo de modernidade, que contrata com a velha ponte rodoferroviária por onde circulavam veículos automóveis e os comboios da linha do Vale do Sabor, desativada em 1988.
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Entre a estação e a nova travessia rodoviária, perto daquele centro, obra premiada, com assinatura do arquiteto Álvaro Fernandes Andrade, a Taberna da Julinha é boa sugestão para saborear produtos da região, onde se insere o vizinho Parque Arqueológico do Côa.
O restaurante destaca-se pelo ambiente acolhedor. A sala não é particularmente desafogada, com o espaço bem preenchido por algumas - não muitas - mesas cobertas com toalhas em tecido aos quadradinhos. Casa simples, com decoração sóbria e uma ementa limitada, praticamente, a opções cárnicas.
Mas, primeiro é tempo de saborear apetitosas entradas, uma vez que bons queijos e enchidos, acompanhados com pão muito saboroso, preenchem, com boa nota, o introito refeiçoeiro.
Omeleta de espargos selvagens ou uma alheira, rica em sabor, tornam a escolha mais difícil, situação que não se coloca na escolha do prato de resistência: as opções são reduzidas.
O prato emblemático é posta mirandesa, acompanhada com batata ou por um delicioso arroz de feijão. Carne de boa qualidade, tenra e suculenta, a justificar a preferência, face à alternativa: rodeão.
Nas sobremesas, destaque para o leite-creme, queimado no momento, e para o doce de abóbora com requeijão.
Garrafeira com apreciável número de referências, em particular da região. Serviço marcado pela simpatia neste restaurante com uma cozinha sem artifícios, simples e saborosa. Taberna da Julinha, no Pocinho, entre Vila Nova de Foz Côa e Torre de Moncorvo.
Onde fica:
Localização: Pocinho (Vila Nova de Foz Côa)
Telef.: 965 398 826