Perante o aumento do número de casas sem habitantes, proprietários e mediadores imobiliários alertam que são necessárias mudanças urgentes no arrendamento.
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Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de casas sem habitantes em Portugal cresceu 35 por cento nos últimos dez anos.
O presidente da Associação Lisbonense de Proprietários pede ao Governo para alterar rapidamente a lei do arrendamento, por entender que a legislação dificulta o despejo de quem não paga as rendas.
«Com a desconfiança enorme que existe no mercado de arrendamento é muito natural que aumentem os casos de edifícios devolutos», o que é «dramático nesta época de crise financeira», durante a qual deveria haver, pelo contrário, «um aumento do arrendamento» por causa do «número de pessoas que têm de entregar as casas ao bancos» e que sofrem com o aumento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), disse.
Menezes Leitão alertou que, com tudo isto, «poderemos ter uma crise da habitação gravíssima em Portugal», até porque «o mercado de arrendamento não é capaz de dar resposta a essa necessidade de habitação».
O presidente da Associação Portuguesa de Mediadores Imobiliários falou numa «década completamente perdida», porque actualmente «devíamos ter 30 ou 40 por cento das famílias a viver em casa arrendada», como é «normal» no resto da Europa.
Luís Lima sublinhou que muitas das casas consideradas habitáveis pelo INE estão muito degradadas.
«Tomaram-se várias mexidas no mercado de arrendamento», mas «faltou o mais importante», ou seja, «criar confiança aos investidores e aos proprietários para investir nos mercados», defendeu.
Luís Lima diagnosticou que o preço das casas para arrendar tem sido inflacionado nos últimos dois anos, porque os proprietários têm receio de não conseguir despejar os arrendatários que não paguem.