O cabo José Alves Costa foi ameaçado com um tiro na cabeça, mas decidiu não disparar sobre a coluna de Salgueiro Maia no Terreiro do Paço no 25 de Abril. A identidade do militar foi conhecida quatro décadas depois da Revolução dos Cravos.
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Foi o cabo José Alves Costa que se recusou a disparar contra a coluna de Salgueiro Maia a 25 de abril de 1974, algo que só se soube, esta terça-feira, quase 40 anos após a Revolução dos Cravos.
No dia em que foi publicado o livro "Os Rapazes dos Tanques", José Alves da Costa explicou que saiu do regimento de cavalaria 7 a caminho do Terreiro do Paço num dos tanques que ia fazer a defesa de Marcelo Caetano, mas quando lá chegou tudo mudou.
Em declarações à TSF, este antigo cabo adiantou que quando saiu do regimento de cavalaria não sabia exatamente o que ia fazer e que apenas teve ordens para sair a caminho do centro de Lisboa.
Sem saber o que se estava a passar no exterior, uma vez que apenas tinha acesso às comunicações militares, José Alves Costa explicou que teve ordens para não disparar sem a ordem do seu alferes.
Depois de este alferes ter sido preso, um brigadeiro ameaçou José Alves Costa com um tiro na cabeça caso não disparasse, mas optou por não o fazer por respeito ao alferes que conhecia há muito tempo e que respeitava.
«Refleti que não podia obedecer à ordem [de disparar]. Sabia a arma que tinha na mão e que se disparasse faria imensos estragos. Não podia fazer isso», lembrou.