Proteção Civil fala em "situação mais estável", Governo promete rapidez nos apoios e Força Aérea reforça vigilância
Apesar de estar dominado, voltou a estar ativo por alguns momentos o incêndio de Arouca, que se estendeu para os concelhos vizinhos de Cinfães e Castelo de Paiva. Acompanhe na TSF
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A Proteção Civil considerou esta sexta-feira a "situação muito mais estável" em termos de incêndios rurais em Portugal continental, destacando os fogos de Ponte da Barca, Vila Verde e Moimenta da Beira como os mais preocupantes. Ainda assim, lembra o aumento esperado das temperaturas durante a próxima semana, pelo que apela aos portugueses para que adotem comportamentos preventivos.
Segundo o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, Mário Silvestre, a redução do número de incêndios durante a noite permitiu ter durante o dia desta sexta-feira uma "situação muito mais estável".
Mário Silvestre falava aos jornalistas no balanço diário da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) sobre os fogos rurais em Portugal continental.
O responsável disse que, no caso do fogo de Ponte da Barca, que atinge área do Parque Nacional Peneda-Gerês e hoje estabilizou, vai ser preciso mais uma semana para realizar trabalhos de consolidação e vigilância devido às condições do terreno, que é "extremamente acidentado" e onde "as equipas" de bombeiros "têm muita dificuldade em progredir".
O incêndio que deflagrou na madrugada desta sexta-feira na localidade de Gomide, concelho de Vila Verde, distrito de Braga, mantém uma frente ativa, mas sem colocar habitações em risco, indicou a Proteção Civil.
Em declarações à agência Lusa, fonte do Sub-comando regional do Cávado explicou que já foram extintas duas das frentes, mantendo-se ainda uma frente ativa, que está a consumir uma área de mato.
O incêndio deflagrou pelas 05h35 na localidade de Gomide, que pertence à União de Freguesias de Sande, Vilarinho, Barros e Gomide, no concelho de Vila Verde.
Pelas 19h45 o incêndio está a ser combatido por 110 operacionais, apoiados por 35 viaturas, e já sem meios aéreos.
No local estão bombeiros, militares da GNR, elementos do Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC) e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Mais de 2600 operacionais, apoiados por 827 veículos e 23 meios aéreos, estavam esta sexta-feira, pelas 16h00, a combater incêndios rurais em Portugal continental, com destaque para as ocorrências em Moimenta da Beira, Vila Verde e Ponte da Barca.
Segundo a página na internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, às 16h00 seis incêndios (considerados "ocorrências significativas") eram os mais preocupantes no continente: três fogos em curso, em Moimenta da Beira, Vila Verde e Ponte da Barca, e três outros em resolução, em Arouca, Carregal do Sal e Penafiel.
Em Moimenta da Beira, no distrito de Viseu, o alerta para um fogo que lavra na freguesia de Paradinha e Nagosa foi dado esta sexta-feira às 13h43, encontrando-se este incêndio a ser combatido, àquela hora, por 118 operacionais, ajudados por 18 veículos e três meios aéreos.
Em Gomide, Vila Verde, no distrito de Braga, foi registado às 05h35 desta sexta-feira um incêndio em mato que estava a ser combatido por 101 operacionais, ajudados por 31 veículos e três meios aéreos.
Em curso estava ainda o fogo que deflagrou no sábado no Lindoso, em Ponte da Barca (Viana do Castelo), no Parque Natural Peneda-Gerês, e que mobilizava um total de 677 operacionais, apoiados por 223 veículos e 11 meios aéreos.
Esta sexta-feira ao final da manhã este fogo era considerado "estabilizado" pela Proteção Civil, tendo regressado às habitações cerca de 60 pessoas retiradas, por razões de segurança, na quinta-feira à noite das suas casas nas aldeias de Sobredo e Paradela.
Este fogo fez até esta sexta-feira 20 feridos ligeiros, entre eles um civil, de acordo com a Proteção Civil, e alastrou ao concelho vizinho de Terras de Bouro, no distrito de Braga.
O fogo que deflagrou na segunda-feira em Canelas e Espiunca, em Arouca, no distrito de Aveiro, e que já passou entretanto para o concelho de Castelo de Paiva, tinha no combate 438 operacionais, ajudados por 156 veículos e um meio aéreo.
Em Carregal do Sal (distrito de Viseu), um fogo em mato registado às 14h54 ocupava 50 elementos das forças de segurança e socorro e 15 viaturas, enquanto um outro, a lavrar desde terça-feira no concelho de Penafiel, no distrito do Porto, ocupava 197 operacionais e 60 veículos.
Desde segunda-feira, muitos incêndios rurais têm afetado o continente português, em especial as regiões Norte, Centro e Alentejo. As chamas obrigaram à evacuação de aldeias.
Entre bombeiros e civis, várias pessoas foram assistidas, sem registo de feridos graves. Não há também indicação de habitações destruídas, mas arderam áreas florestais, agrícolas e pecuárias, bem como anexos e similares.
O secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Paulo Simões Ribeiro, afirmou esta sexta-feira que os meios de combate a incêndios são suficientes, embora não consigam, com tantos fogos, "estar em todo o lado ao mesmo tempo".
O ministro da Economia e Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, garantiu esta sexta-feira que o Governo será "muito rápido a definir os termos dos apoios" que serão entregues aos afetados pelos mais recentes incêndios no país.
Em declarações aos jornalistas, o governante revela que o Executivo "vai avaliar a situação" e promete decisões para a "próxima semana".
Apesar de estar dominado, voltou a estar ativo por alguns momentos o incêndio de Arouca, que se estendeu para os concelhos vizinhos de Cinfães e Castelo de Paiva.
O comandante Paulo Soares, dos bombeiros de Nespereira, em Cinfães, conta à TSF que há ainda muito trabalho pela frente por causa dos constantes reacendimentos.
Estes reacendimentos devem-se à "área bastante extensa" por onde deflagraram as chamas e ao "vento que se sente no local". Também "houve zonas em que não foi possível fazer um rescaldo mais profundo". Mas ressalva que os bombeiros estão a postos para lidar com estas situações.
Eu não venho para aqui com livros de cheques na mão para passar um cheque. É preciso definir. O que vamos é ser muito rápidos a definir os termos do apoio. Já na próxima semana isso será feito.
Os apoios são referentes aos agricultores e às famílias cujas casas foram danificadas pelas chamas (que o Governo assume como "prioridade"). Para as empresas do turismo da habitação "haverá um apoio específico". Assegura ainda "comparticipação" na reposição dos equipamentos municipais necessários.
"Nós vamos ter de apurar caso a caso qual é que é o valor e pagar às pessoas diretamente - aos agricultores, aos produtores de mel, às pessoas que ficaram sem casa. É um dinheiro que nós vamos dar diretamente às pessoas e não às câmaras municipais", assinala.
Já está dominado o fogo em Penafiel, que destruiu cinco mil hectares nos concelhos de Penafiel e Gondomar. Apesar das chamas estarem controladas, os bombeiros receiam que o vento mude e complique de novo a situação nesta zona a partir das 15h00. É o que acaba de contar à TSF Rodrigo Lopes, vereador da Proteção Civil da Câmara Municipal de Penafiel: "Os meios estão a postos. As coisas [no terreno] estão dominadas e está tudo a ser consolidado, mas a prevenção tem de se manter."
Nesta altura em que o fogo começa a ceder, é tempo de fazer contas aos estragos e pensar "com serenidade" na recuperação dos mesmos. "Houve apenas um bombeiro que teve um ferimento ligeiro", diz ainda.
O vereador admite que pode ser preciso pedir ajuda ao Governo. "A intervenção dos municípios só por si não é tão musculada."
Os Passadiços do Paiva, que foram atingidos pelo incêndio que fustigou o concelho de Arouca, no distrito de Aveiro, durante três dias, vão reabrir parcialmente ao público no sábado.
"Informamos que os Passadiços do Paiva e a ponte 516 Arouca estão novamente abertos ao público a partir de amanhã, 2 de agosto", refere uma nota publicada na página dos passadiços na rede social Facebook.
No caso dos Passadiços do Paiva, a reabertura será parcial, uma vez que apenas estará acessível o troço Areinho-Vau, permanecendo encerrado o troço Vau-Espiunca.
"A 516 Arouca volta a receber visitas sem qualquer alteração", adianta a mesma nota.
A Força Aérea Portuguesa (FAP) reforçou desde quarta-feira a vigilância do território com um avião multimotor, tendo detetado nove focos de incêndio nas primeiras oito horas de atividade da aeronave, anunciou esta sexta-feira a instituição.
Em comunicado, a FAP refere que desde 30 de julho que um avião P-3C CUP+ tem realizado "missões de vigilância em apoio às ações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e da GNR".
A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) ativou em Ponte da Barca o REST SPACE, uma estrutura móvel e modular que visa oferecer aos operacionais “condições dignas de descanso, higiene, apoio psicossocial e recuperação física”, foi esta sexta-feira anunciado.
Os incêndios em Penafiel (Porto) e Ponte da Barca (Viana do Castelo) contam, ambos, com duas frentes ativas, obrigando os bombeiros a proteger habitações, disse esta sexta-feira à Lusa fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Num balanço feito à Lusa cerca das 07h30, Pedro Araújo referiu que os incêndios mais significativos esta manhã eram em Ponte da Barca (Viana do Castelo) e em Penafiel (Porto), estando dominados ou em rescaldo os fogos de Arouca (Aveiro) e Paredes (Porto)
Sobre a situação em Ponte da Barca, aquela fonte explicou que o fogo tinha duas frentes ativas em zona florestal e de mato, mas os bombeiros estavam a fazer "defesas perimétricas" para proteger as povoações de Paradela e Sobredo.
Uma das frentes de fogo segue na direção daquelas duas localidades, mas não estão em perigo, disse.
De acordo com a ANEPC, este incêndio, que arde desde domingo, mobilizava, às 07h30, 658 operacionais apoiados por 227 meios terrestres.
Quanto ao incêndio de Penafiel, também se mantém duas frentes ativas, "uma delas junto a habitações, mas nenhuma delas corre risco imediato". No terreno estavam 230 operacionais e 67 veículos.
No total dos incêndios registados no continente, a ANEPC totalizava hoje 2.589 operacionais no combate às chamas, apoiados por 949 veículos e um meio aéreo, "que está a fazer a monitorização dos incêndios noturnos e diurnos, nomeadamente recolha de imagens com câmara térmica para ajudar a definir estratégias".
O incêndio que deflagrou na segunda-feira em Arouca (Aveiro) foi dado como dominado esta sexta-feira por volta das 07h00, disse à agência Lusa fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Segundo Pedro Araújo, este incêndio “não tem nenhuma frente que evolua desfavoravelmente, fora do controlo dos bombeiros”.
Apesar de dominado, este incêndio, que tinha alastrado para os concelhos vizinhos de Castelo de Paiva e Cinfães, mobilizava 426 operacionais e 157 meios terrestres às 07h00.
São três os grandes incêndios ativos em Portugal. Ponte da Barca, Arouca e Penafiel continuam a concentrar as maiores atenções dos bombeiros e da Proteção Civil.
O incêndio de Ponte da Barca tem uma frente ativa de grandes dimensões e mantêm-se no terreno 660 bombeiros, apoiados por 225 veículos.
Em Arouca, as chamas continuam sem dar tréguas na zona de Cinfães. No local estão mais de 430 bombeiros e 159 veículos. Já em Penafiel, permanecem mais de 200 bombeiros, apoiados por 67 viaturas.
Entrou em fase de resolução o incêndio que começou em Arouca e que se estendeu para os concelhos vizinhos de Cinfães e Castelo de Paiva. A Proteção Civil adianta que o fogo está controlado, não existindo, neste momento, qualquer perigo de propagação.
Durante o dia de quinta-feira, a maior preocupação residia em Cinfães, onde as chamas continuavam a dar trabalho. Mais de 400 bombeiros continuam mobilizados para este incêndio, apoiados por 159 viaturas.
Bom dia! Abrimos este liveblog para acompanhar tudo sobre os incêndios em Portugal. Recorde aqui o que aconteceu na quinta-feira.
