O protesto dos taxistas continua na rotunda do Relógio, em Lisboa, junto ao aeroporto, enquanto assistiram, num projetor improvisado, a um programa da televisão.
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Na rotunda do Relógio, dezenas de táxis permanecem parados, condicionando o acesso ao aeroporto de Lisboa vigiados por um forte contingente policial.
A polícia diz que já não se trata de uma manifestação mas de um bloqueio e debaixo do viaduto estão estacionados os reboques da policia à espera de ordens.
Na rotunda do relógio os taxistas estiveram de mãos nos bolsos e assistiram ao programa da RTP 1 "prós e contras" que debate a questão do dia.
As declarações proferidas pelos dois representantes dos taxistas presentes no programa "Prós e Contras" da RTP, suscitaram aplausos por parte dos manifestantes, nomeadamente quando afirmaram que vão permanecer no local até que o Governo proíba "os "ilegais".
O protesto dos taxistas, que hoje de manhã começou no Parque das Nações, deveria ter seguido até à Assembleia da República, mas não avançou além da Rotunda do Relógio, perto do onde ocorreram confrontos entre os manifestantes e a polícia, durante os quais foram detidas três pessoas.
Hoje ao início da noite, o ministro do Ambiente disse que o protesto "parece ser ilegítimo", por não respeitar o plano anunciou e que se tornou num "problema de ordem pública".
Para o governante, o protesto "já não é só injusto, como parece ser ilegítimo, a partir do momento em que não foi cumprido [o percurso], ultrapassou largamente as horas em que era suposto que acontecesse".
O Governo já definiu regras para as novas plataformas como a Uber e a Cabify (as únicas a operar em Portugal), mas os taxistas exigem que também seja limitado o número de veículos daqueles dois serviços, tal como acontece com os táxis.
O ministro sublinhou que os táxis têm esse número limite definido por prestarem serviço público.
"Não há contingente para atividades que não são serviço público", referiu.
Ao longo do dia o protesto teve várias fases registadas pela reportagem de António Pinto Rodrigues.
As novas plataformas permitem pedir carros descaracterizados de transporte de passageiros através de uma aplicação para 'smartphones', mas os operadores de transporte que a elas estão ligados não têm de cumprir os mesmos requisitos - financeiros, de formação e segurança - do que os táxis.
O diploma proposto pelo Governo passa a exigir aos motoristas das plataformas eletrónicas formação inicial no mínimo de 30 horas (os taxistas têm hoje 150 horas de formação) e um título de condução específico.
Os carros das plataformas não podem ter mais de sete anos, passam a ter de estar identificados com um dístico, terão de ter um seguro semelhante ao dos táxis e serão obrigados a emitir uma fatura eletrónica.
Além disso, não podem circular na faixa bus ou estacionar nas praças de táxi e só podem apanhar clientes que os tenham chamado através da aplicação.
Em Portugal circulam diariamente cerca de 13 mil táxis, dos quais 4.500 na Área Metropolitana de Lisboa e 1.700 na Área Metropolitana do Porto, segundo dados das associações.