A provedora dos animais da Câmara Municipal de Lisboa (CML) apresentou a demissão, cerca de dois meses depois de ter assumido funções, por considerar que não tinha condições para atuar.
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«Quando não conseguimos fazer aquilo a que nos propomos, por razões que são estranhas à nossa força de vontade, à nossa capacidade, devemos sair», afirmou à agência Lusa Marta Rebelo, ex-deputada do PS Assembleia da República e na Assembleia Municipal de Lisboa.
Marta Rebelo explicou que tornou pública a sua decisão 57 dias depois de ter assumido funções.
«Apresentei a minha demissão da função no domingo e tornei-a pública ontem [terça-feira] à noite» [através de uma mensagem publicada na página da rede social Facebook da Provedora Municipal dos Animais de Lisboa], disse.
A ex-deputada tomou posse no dia 18 de junho, dia que «marcou um conjunto de mudanças tomadas por parte da CML, na pessoa do presidente», e que encarou «como um dia de viragem absoluta».
De acordo com informação divulgada na ocasião pelo município, a provedora tinha como funções «emitir, de forma independente e imparcial, recomendações sobre o funcionamento da Casa dos Animais de Lisboa [nova designação do canil/gatil municipal] e receber e tratar as queixas relativas ao mesmo».
Lembrando o «sobejamente conhecido» histórico do ex-canil municipal, Marta Rebelo disse hoje à Lusa ter encarado sempre esta situação «como uma situação de absoluta emergência».
A provedora demissionária afirmou que «a emergência que está ali é de tal sorte, que não se compadece com grandes elaborações e compassos de espera, nem com umas obras que já pararam muitas vezes (por razões alheias à vontade municipal, na maior parte dos casos), mas que implicam agora um grande esforço e uma grande concentração de esforço de obra, para que as coisas mudem».
«Infelizmente, não é só o tijolo que tem de mudar. E esse conjunto de coisas inviabilizou a forma como eu encaro, ou encarei, o exercício daquela missão», referiu.