Providência Cautelar e manifestação para evitar trasladação de Eça de Queirós para Panteão
A concentração está marcada para o próximo domingo em Santa Cruz do Douro.
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A trasladação dos restos mortais de Eça de Queirós está a levantar polémica no concelho de Baião. Um grupo de cidadãos de Santa Cruz do Douro, local onde está sepultado o escritor, pediu uma providência cautelar ao Supremo Tribunal Administrativo para parar a intenção de fazer a trasladação para o Panteão Nacional no dia 27 de setembro. Para o próximo domingo está também marcada uma manifestação para mostrar a "gratidão" para com Eça e igualmente o desagrado face à forma como o processo está a ser conduzido.
António Fonseca dá voz à contestação. "Acho que se vai fazer justiça, acho que se vai conseguir que Eça repouse finalmente no chão sagrado do cemitério de Santa Cruz do Douro", afirma com convicção o antigo presidente da junta de freguesia. "Queria apelar através da vossa rádio para que as pessoas participassem na manifestação", acrescenta. "Querem levar Eça para Lisboa, é um roubo e uma ofensa à memória da D. Maria da Graça", insiste, lembrando a neta por afinidade do escritor, antiga presidente da Fundação Eça de Queirós, que lutou para trazer os restos mortais para a terra do escritor.
"Obviamente que Eça de Queirós merece todas as honras possíveis", atira o ex-autarca. Mas, em sua opinião, devia dar-se o mesmo tratamento que foi dispensado ao caso de Aristides de Sousa Mendes. "Foram-lhe concedidas honras de panteão, mas os restos mortais, por pressão do povo de Cabanas de Viriato, repousam na sua terra natal", conta.
António Fonseca lembra que, após ter estado sepultado 90 anos em Lisboa, o corpo do autor de " Os Maias" foi transferido para Santa Cruz do Douro, "com muito esforço", e aqui deve ser mantido.
A manifestação está marcada para domingo, às 16h00, junto à Fundção Eça de Queirós, em Santa Cruz do Douro.