"É um caso fácil de resolver, ele até já tem a carta escrita", afirma Rui Rocha.
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O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, disse este sábado que manter o ministro das Infraestruturas, João Galamba, no Governo é uma "provocação ao país" e defende a sua demissão.
"É um caso fácil de resolver, ele até já tem a carta escrita", afirmou Rui Rocha, em declarações aos jornalistas, à margem das cerimonias do 10 de junho, em Peso da Régua.
Rui Rocha sublinhou que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já apelou ao bom senso do primeiro-ministro, mas que "Costa não ouve ninguém" e que "deve achar que a maioria absoluta lhe dá poder absoluto".
"Não ouve o país, mas o país faz-se ouvir", acrescentou o liberal, referindo-se aos assobios e palavras provocadoras dos populares na receção de João Galamba nas cerimónias do Dia de Portugal.
Sobre o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da IL disse que "mais do que uma poda", o país precisa "de uma árvore nova".
"A árvore está contaminada e, portanto, mais do que a poda que o senhor Presidente da República recomenda, o que nós precisamos no país é de uma árvore nova", afirmou.
Este sábado, no seu discurso na cerimónia militar do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, no Peso da Régua (distrito de Vila Real), o Presidente da República considerou necessário "cortar os ramos mortos que atingem a árvore toda", advertindo que, só se não se quiser, é que "Portugal não será eterno".
Rui Rocha interpretou as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa entendendo os "ramos que é preciso cortar como ministros", na "metáfora que o senhor Presidente da República quis fazer", questionando, além da permanência no Governo do ministro das Infraestruturas, João Galamba, também a da ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, ou do ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.
"Há vários ramos deste Governo que são ramos que não têm viabilidade, já mostraram que não têm condições para estar no Governo", defendeu.
No entender do líder liberal, o necessário é uma nova 'árvore' "que devolva confiança aos portugueses, que traga transparência, que traga crescimento económico, que traga oportunidades para os portugueses e que possa, portanto, reverter este ciclo de degradação, de decadência, em que o país está mergulhado".
Continuando nas referências à botânica, Rui Rocha considerou ainda "o PS e o seu Governo" uma "espécie de erva daninha que ocupa tudo à sua volta", como o aparelho de Estado, a justiça ou os reguladores económicos.