Próxima Estratégia para a Integração das Comunidades Ciganas entra em vigor no segundo semestre
Associação de Mediadores Ciganos de Portugal lamenta que a primeira estratégia nunca tenha sido aplicada.
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A próxima Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas (ENICC) vai entrar em vigor no segundo semestre, com especial enfoque no combate ao abandono escolar, adiantou este domingo o gabinete da ministra-adjunta e dos Assuntos Parlamentares.
Em declarações à TSF, Prudêncio Canhoto, presidente da Associação de Mediadores Ciganos de Portugal espera que esta estratégia traga mudanças de vez, já que a primeira iniciativa não passou de palavras.
"Falou-se na estratégia em 2013, que ia haver uma estratégia para as comunidades ciganas em 2020, e não aconteceu nada. Passaram sete anos e não aconteceu nada."
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As promessas sucessivas por cumprir também abalam a confiança das comunidades ciganas associação, lamenta Prudêncio Canhoto. "Põe em causa também o nosso trabalho, porque depois as pessoas também não acreditam em nós."
Em comunicado, quando se assinala o Dia Internacional do Cigano, o gabinete de Ana Catarina Mendes diz que a atual, e primeira, ENICC (2013-2020) está em processo de avaliação, razão pela qual a sua vigência foi prorrogada "para responder aos desafios nesta área".
"Para assim melhor preparar uma nova estratégia, que entrará em vigor no segundo semestre deste ano", lê-se no comunicado.
Acrescenta que a "prioridade" de Ana Catarina Mendes para a próxima estratégia "é manter o combate ao abandono escolar precoce, que tem vindo a diminuir, de forma reiterada".
"Também têm sido promovidas medidas orientadas para o incentivo e apoio à frequência de todos os níveis de ensino, incluindo o universitário, como são exemplo os muitos jovens que assumem a sua pertença a uma comunidade rica e diversa, tantas vezes vítima de preconceito e xenofobia", lê-se no comunicado.
Acrescenta que "é pela educação que também se faz a inclusão, mas sem nunca perder de vista dimensões como a do emprego e da saúde, para proporcionar a estes cidadãos portugueses uma qualidade de vida digna e o objetivo de pleno exercício da cidadania".