A Prevenção Rodoviária Portuguesa manifesta reservas. As escolas de condução avisam que não estão preparadas para este tipo de formação.
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A carta por pontos, medida que está a ser preparada pelo governo está a gerar desconfiança e reservas. Para a Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), a ideia de uma possível amnistia para infrações cometidas no passado só merece críticas.
José Manuel Trigoso, presidente da PRP, receia que possa estar na forja um novo perdão agora que o governo está a preparar uma nova carta de condução por pontos que distingue o grau de gravidade das contraordenações cometidas. Se for assim, diz, "é grave".
João Almeida, Secretário de Estado de Administração Interna, já fez saber que a proposta vai a conselho de ministros ainda este mês. José Manuel Trigoso diz que não conhece o texto final, mas não se coíbe de manifestar algum receio. No entanto, alerta que que é incorreto dizer-se que vai ser introduzida a carta de condução por pontos em Portugal, porque "ela já existe".
O governo, contactado pela TSF, não quis esclarecer as implicações das mudanças que estão a ser preparadas.
João Almeida, em declarações ao jornal eletrónico "Observador", limitou-se a revelar, na semana passada, que a lógica do sistema de pontos é a de retirar pontuação a quem comete infrações graves e muito graves atribuindo bónus aos bons condutores, que começam com 12 pontos, mas que podem chegar a um máximo de 15 pontos.
Nesta proposta, que vai a debate no conselho de ministros, estão também previstas ações de formação e sensibilização, que o condutor poderá frequentar quando perder pontos pelas infrações que cometeu ao Código da Estrada.
Alcino Cruz, presidente da Associação Portuguesa de Escolas de Condução, considera que esta proposta é boa para os condutores, porque prevê a diferenciação, ou seja, quem se porta bem é premiado.
Apesar disto, Alcino Cruz alerta não vê nas ações de formação para quem perde pontos, um bom negócio para as escolas de condução. Estas não estão preparadas para este tipo de formação, refere à TSF o presidente da associação portuguesa de escolas de condução.